Supermercados LIDL
não querem grávidas


A cadeia de supermercados LIDL, de origem alemã, exige às trabalhadoras que contrata a prazo, para postos de trabalho permanentes, que se comprometam a não engravidar, do que dependerá a renovação do contrato - denunciou segunda-feira o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal.

O CESP/CGTP afirma que os responsáveis das lojas questionam as trabalhadoras sobre a sua «simpatia» pela sindicalização; a verificar-se, este é também um motivo para não serem admitidas.

Nas lojas LIDL, acusa ainda o sindicato, «os horários de trabalho diário e semanal são largamente ultrapassados, não sendo pago, chegando a atingir-se mais de sessenta horas semanais». Por altura dos inventários, o período de trabalho prolonga-se pela madrugada, «até às 5 horas, sendo obrigadas a entrar ao serviço, para cumprimento do horário normal, quatro horas depois».

A cadeia LIDL «considera pouco polivalentes as funções dos operadores de supermercados, inscrita no contrato colectivo de trabalho, e obriga todos os operadores, no final da sua jornada de trabalho, à limpeza das lojas,dos balneários, das casas de banho dos clientes, dos parques de estacionamento», denuncia o CESP, protestando porque a Inspecção do Trabalho «actua pouco e de mal a pior», uma vez que «as ilegalidades permanecem».

O sindicato afirma que «actualmente, em Portugal, a maior parte das cadeias de super e hipermercados de insígnias europeias e intercontinentais, utilizam métodos na gestão de recursos humanos que fazem inveja a um qualquer capataz de escravos do século passado». Tais métodos «aqui e ali, começam a ser apadrinhados pelos super e hipermercados de capital social maioritariamente português».


«Avante!» Nº 1272 - 16.Abril.1998