"Audácia de conquistar"
JCP aprova Manifesto


Aqui reproduzimos na íntegra o Manifesto aprovado no Encontro-Festa da JCP realizado no dia 4 em Lisboa, que incontornáveis limitações de espaço nos impediram de incluir na edição de 9 de Abril, onde se dá noticia do Encontro.

 


Manifesto

AUDÁCIA DE CONQUISTAR


Somos comunistas.

150 anos depois da publicação do Manifesto do Partido Comunista
77 anos depois da fundação do Partido Comunista Português
23 anos depois da Revolução dos Cravos, com orgulho reafirmamos:

Somos jovens comunistas!

Para descontentamento dos profetas que anunciaram o fim das ideologias, com orgulho continuaremos a afirmar:

Somos jovens, somos comunistas!

Rejeitamos o preconceito, o individualismo, a competição desleal e o medo.
Rejeitamos os exames nacionais, o numerus clausus, o conceito de "estudante não elegível", as propinas e a elitização do ensino.
Rejeitamos a precaridade no trabalho, os baixos salários, a discriminação, o desemprego, o trabalho infantil e a exploração.
Somos frontalmente contra a política que condena o futuro dos jovens, que pretende acabar com a escola pública e gratuita, que desmantelou o aparelho produtivo do Estado, que procura branquear o passado fascista e acabar com os direitos e conquistas de Abril.
Responsabilizamos o actual governo PS pelo prosseguimento do neo-liberalismo como ideologia de Estado.
Como todos os jovens, construímos este momento, conquistamos o amanhã, lutamos pela felicidade.
Somos defensores do ambiente, combatemos o racismo e a intolerância, promovemos e produzimos cultura. Assumimos a sexualidade, defendemos a dignidade das mulheres contra o aborto clandestino, preferimos a liberdade às dependências, lutamos pela paz.
Como comunistas, lutamos todos os dias pela concretização das aspirações da juventude. Nas escolas, nos locais de trabalho, nas ruas, a Juventude Comunista Portuguesa mantém-se ao lado dos jovens.
Lutamos pela elevação do nível cultural dos jovens portugueses, pela democratização do acesso e sucesso educativo, por uma escola mais humana, pela gratuitidade de todos os graus de ensino.
Lutamos por um emprego com direitos, pela igualdade salarial independentemente da idade, sexo ou cor. Lutamos por salários justos e condignos para todos.
A JCP reflecte, age e transforma! A JCP é uma organização revolucionária.
Valorizamos o papel dos jovens na construção do seu presente, na participação nas associações de estudantes, na gestão democrática das escolas, nos sindicatos, nas comissões de trabalhadores, nas associações juvenis, nas associações populares, culturais, desportivas e recreativas e nas autarquias. Como jovens exigimos participar na democratização do nosso país.
Participamos no movimento juvenil para reforçá-lo, garantir a sua independência e aumentar a sua capacidade realizadora e de intervenção.
Afirmamo-nos marxistas-leninistas. Na luta por uma sociedade mais justa, na defesa das classes exploradas, não renegamos a história, o contributo que gerações de comunistas em todo o mundo deram na construção do socialismo.
Somos solidários com o movimento dos Sem-Terra e com os povos de Timor, Cuba, Chiapas, Sahara Ocidental, Iraque e Palestina.
Somos solidários com todos aqueles que em todo o mundo lutam pelo direito de prosseguirem o rumo que escolheram, pelo fim de todas as formas de colonialismo, contra o imperialismo.
Somamos a luta e a liberdade, que herdámos, à revolta e à criatividade que nos movem.
É para a luta diária, dos gestos e das palavras que constroem uma sociedade justa, que apelamos à tua participação.

A força da juventude é o mote, a audácia de conquistar é a nossa luta!

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Ainda o Encontro-Festa em Lisboa

"Hoje, a Juventude Comunista Portuguesa, com muitos outros jovens que se identificam com o trabalho e o projecto da JCP, debate os problemas actuais da juventude e do mundo, cria espaços de participação aberta e construtora do futuro", afirmou, na sua intervenção no Encontro-Festa da JCP, no jardim dos Jerónimos, Osvaldo Marta, da Comissão Política da Direcção Nacional da JCP.
Osvaldo Marta referiu, como contributo da JCP, o reforço do movimento juvenil, a "dinamização de um movimento juvenil independente, reivindicativo e dinâmico", nomeadamente as associações juvenis, ambientais, culturais, recreativas, desportivas, de estudantes, de bairro.
O dirigente da JCP referiu questões actuais como a despenalização da interpretação voluntária da gravidez, a urgência de uma escola pública, gratuita e de qualidade, a mobilização de estudantes e professores para a defesa do ensino superior público, os graves problemas que afectam a juventude trabalhadora.
A concluir, Osvaldo Marta sublinhou que "a vontade subjacente às ideias de Marx, Engels e da revolução de Outubro está viva nos comunistas, na sua acção, na sua luta. A audácia de conquistar um mundo mais justo continua a existir nos jovens comunistas de hoje. O sonho existe e iremos concretizá-lo!"


Açores
Encontro para estruturação

Realizou-se no passado dia 4 de Abril, em Ponta Delgada, uma reunião do Secretariado Regional provisório da JCP/Açores, com o objectivo de iniciar um processo de estruturação no plano regional.
Em causa está uma melhor articulação da actividade dos núcleos existentes nas diversas ilhas e uma reforçada capacidade de resposta às questões políticas regionais com maior interesse para os jovens.
Foi também decidido elaborar um conjunto de iniciativas regionais de debate que incluirão temas como o combate à toxicodependência e o desemprego juvenil, prevendo-se ainda, para os últimos meses do ano, a realização de um Encontro ou Congresso Regional da JCP.
A JCP/Açores considera o seu reforço essencial para que "possa existir na sociedade açoreana, uma verdadeira perspectiva de esquerda para a política juvenil".


«Avante!» Nº 1272 - 16.Abril.1998