Município de Coimbra
Balanço fraco e pobre


Decorridos quatro meses desde a tomada de posse da Assembleia e da Câmara Municipais de Coimbra, o balanço é «muito fraco em termos de novos projectos e soluções para a cidade e muito pobre quanto à vida democrática do município», afirma a Comissão Concelhia do PCP, que explica porquê:

«Baseada num Plano de Actividade de conclusão de obras e acções em curso, onde os grande projectos já não figuravam, a actividade da Câmara está a frustrar mesmo as mais modestas expectativas: a anunciada expansão da rede de ensino pré-primário ainda não deu sinal de vida, a obra do Choupalinho (primeira fase do Parque Verde) não passou da maqueta, o Centro Cultural aguarda os favores do ministro, o Teatro Municipal está na gaveta, tudo o resto se arrasta num triste rotina de gestão semanal».

Os problemas da população não têm resposta e «o sinal positivo destes quatro meses tm sido introduzido pelo vereador e eleitos da CDU na Assembleia Municipal, através do agendamento de problemas concretos dos moradores, da intervenção constante na defesa de soluções para os mesmos».

Por outro lado, prossegue a nota da Concelhia, «défice democrático que se vive na Câmara de Coimbra está a prejudicar claramente o concelho e as populações. A concentração total de poderes no Presidente e nos vereadores do mesmo partido, a enorme dificuldade em admitir a debater propostas que não partam deles próprios, a escandalosa falta de condições de trabalho para os vereadores da CDU e do PSD, tudo isto são sinais de autoritarismo e intolerância que se agravaram desde o mandato anterior.
«A Assembleia Municipal, de quem se aguardava a prometida revalorização, tem estado remetida para questões secundárias, muito aquém do papel que lhe competia, e mesmo os debates públicos prometidos para o passado mês de Março sobre o Plano de Pormenor do Vale das Flores e a Remodelação do Mercado D. Pedro V ficaram por fazer, sem que fosse dada qualquer explicação».

O PCP decidiu reforçar a sua acção junto das populações e apela aos cidadãos para que exijam o funcionamento democrático do município e a pronta resolução dos problemas do concelho.


«Avante!» Nº 1277 - 21.Maio.98