Nova vaga de execuções no Iraque



O Partido Comunista do Iraque denunciou, esta semana, uma nova campanha de execuções de massa levada a cabo pelo regime de Saddam Hussein contra os prisioneiros políticos.

Apresentando uma lista de 38 vítimas - recentemente assassinadas -, os comunistas iraquianos revelam que milhares de prisioneiros, detidos há vários anos, foram mortos nas últimas semanas. Na sua maioria, foram acusados de participar no levantamento popular de Março de 1991.
Os corpos de alguns dos executados foram devolvidos às famílias durante os meses de Março e Abril, mas há muitos casos em que os parentes apenas foram informados das mortes.
Várias famílias de vítimas mostraram-se dispostas a testemunhar a sua experiência perante a Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas ou outras organizações internacionais ou regionais de defesa dos direitos fundamentais, bem como de fornecer informações sobre as condições da detenção, aprisionamento e execução.
«As autoridades estão determinadas a continuar a sua campanha sangrenta, mostrando total indiferença aos sentimentos da opinião pública mundial, que ficou horrorizada com as anteriores vagas de execuções e que pede o fim imediato destes massacres», lê-se num comunicado.
«Pedimos ao secretário-geral da ONU, ao presidente da Comissão dos Direitos Humanos na ONU, às organizações internacionais de direitos humanos e a todos os defensores da liberdade para levantarem a sua voz, em condenação a esta ditadura bárbara», acrescentam os ccomunistas.
«A vida de milhares de irmãos está ameaçada de morte, se a máquina de execução de Saddam continua a concretizar as ordens do talhante de Bagdad», concluem.


«Avante!» Nº 1278 - 28.Maio.98