Alemanha
SS
candidato ao Parlamento
Franz Schoenhuber, antigo membro das SS de Hitler, é um dos candidatos ao Parlamento Federal (Bundestag) pelos neonazis da União Popular Alemã (DVU), nas próximas eleições gerais de 27 de Setembro. A candidatura surge na sequência do êxito alcançado pela DVU nas eleições regionais da Saxónia-Anhalt (ex-RDA), em que este partido obteve 12,9 por cento dos votos.
Schoenhuber, antigo
presidente de outra formação neonazi, «Os Republicanos»,
garantiu que a sua ida às urnas não põe em causa o papel do
número um da DVU, Gerhard Frey, o multimilionário bávaro com
quem se desentendeu no passado.
Face às perspectivas eleitorais que se desenham, as duas figuras
da extrema-direita alemã estão agora dispostas a coexistir
«numa base de lealdade», afirma Schoenhuber.
Aos 75 anos, este antigo membro das SS diz-se disposto a ser «um
elemento integrador de todas as forças patrióticas na
Alemanha», e admite, caso a DVU consiga entrar no Bundestag, vir
a cooperar com a CDU/CSU do chanceler Helmut Kohl.
No Congresso Nacional realizado a semana passada em Bremen, a CDU
aprovou uma moção rejeitando quaisquer alianças com radicais
de esquerda ou de direita, mas recuperando para o seu programa
muitas das teses da extrema-direita, sobretudo em relação à
imigração.
Entretanto, também os democratas-cristãos da Baviera decidiram
fazer da imigração um «cavalo de batalha» da campanha
eleitoral.
«A Alemanha e a Baviera não são nenhum país de imigração»,
afirma o Manifesto Eleitoral aprovado por unanimidade no chamado
Pequeno Congresso da CSU, em Ingolstadt (Baviera), que serve de
base ao Manifesto Eleitoral conjunto a aprovar pela CSU e pela
CDU de Helmut Kohl, em meados de Junho. O documento defende ainda
a «extradição imediata» dos pais de jovens estrangeiros que
cometam graves delitos.
Esta inquietante aproximação às teses dos neonazis foi
assumida claramente pelo secretário-geral da CSU, Theo Waigel,
que se pronunciou contra a concessão da dupla nacionalidade a
imigrantes estrangeiros que vivam na Alemanha, alegando que «a
cidadania é a expressão de se fazer parte de uma nação, não
é nenhuma moda».
A Convencao da CSU, subordinada ao lema «Com a Baviera, a
Alemanha Vencerá», exigiu por outro lado uma «profunda
reforma» do estado social, que dê prioridade às capacidades
individuais e à responsabilização de cada um.