Conferência da CGTP rejeita cedências ao capital
financeiro
Aumento
imediato
da pensão mínima
A CGTP-IN reivindica um aumento intercalar imediato de
dois mil escudos da pensão mínima, para colocar o seu valor, no
final do ano, em 65 por cento do salário mínimo nacional.
Maria do Carmo
Tavares, falando à Agência Lusa no final da Conferência
Nacional sobre Segurança Social que a CGTP realizou no dia 6 em
Lisboa, considerou que «a etapa de igualar a pensão mínima ao
salário mínimo terá de vir depois progressivamente».
Na conferência, foi rejeitada a proposta do Governo sobre
reforma da Segurança Social, apresentada recentemente na
Assembleia da República e que, segundo a dirigente que responde
por este pelouro na Comissão Executiva da CGTP, «apresenta
graves cedências ao patronato e ao sistema financeiro». Maria
do Carmo Tavares referiu, em especial, a imposição de um
«tecto» para as contribuições e as pensões, que entregaria
às seguradoras privadas uma valiosa parte do actual sistema, e
as medidas selectivas que iriam privilegiar a atribuição de
pensões segundo os rendimentos familiares declarados ao fisco,
em detrimento dos descontos pagos.
Na proposta global reivindicativa da conferência, a CGTP-IN preconiza o aperfeiçoamento e melhoria da Segurança Social, através de uma reforma financeira profunda e alterações na organização e gestão, bem como uma melhoria dos sistemas complementares.
A CGTP considera «uma fraude» a proposta do PP, pois os 53 contos que hoje correspondem ao valor líquido do salário mínimo nacional só seriam aplicados à pensão mínima em 2005, e desde que o trabalhador tivesse mais de 16 anos de contribuições. Mais grave é, para a central, o facto de o PP não dizer que todas as pensões acima da mínima passariam para o sector privado.
Na Conferência estiveram 350 delegados representando sindicatos, federações sectoriais e uniões distritais da CGTP-IN e ainda sindicatos não filiados.