Hotelaria do Norte recorre
ao protesto bilingue



O Sindicato da Hotelaria do Norte decidiu iniciar segunda-feira acções de protesto junto das principais unidades hoteleiras e de restauração da região, em protesto contra o fim do direito à alimentação.

As acções de luta anunciadas na semana passada, no Porto, incluem a concentração de dirigentes e delegados sindicais à porta dos estabelecimentos hoteleiros e de restauração, onde um carro de som explicará, em inglês e português, as razões do protesto. O sindicato admitiu, segundo a Lusa, que as formas de luta poderão assumir outros contornos durante a Cimeira Ibero-Americana, que se realiza em Outubro, no Porto.

A decisão do sindicato foi tomada na sequência da ruptura, no dia 1 de Junho, das negociações para a revisão do contrato colectivo de trabalho, onde a associação patronal manifestou a intenção de retirar aos trabalhadores o direito à alimentação, o que levou o sindicato a requerer a passagem à fase de conciliação, com intervenção do Ministério do Trabalho.


Sheraton

Os trabalhadores do Hotel Sheraton de Lisboa, que aderiram a 95 por cento à greve de 7 e 8 de Junho por melhores salários, obtiveram da administração o compromisso de apresentação de uma proposta até dia 16 (anteontem). Nesta data os trabalhadores decidiriam ou não novas paralisações, na sua luta por um aumento salarial de quatro por cento e a extensão de sete para oito dias do prémio da Páscoa, atribuído anualmente.
Rodolfo Caseiro, dirigente do Sindicato da Hotelaria do Sul, frisou à Lusa que se mantêm as greves marcadas para hoje, nos quatro hotéis Tivoli (Tivoli Lisboa, Tivoli Jardim, Tivoli Sintra e Tivoli Seteais) e no Hotel Ritz se mantêm. Para o sindicato, as melhorias salariais reivindicadas justificam-se, quer pelas baixas remunerações praticadas no sector, quer pelos lucros extraordinários que as empresas estão actualmente a arrecadar.


Torralta

Também a administração da Torralta continuava a mostrar resistência face às reivindicações dos trabalhadores, quer quanto a actualizações salariais, quer em relação a outras cláusulas do Acordo de Empresa com expressão pecuniária. Após uma reunião realizada com a administração no dia 8, Joaquim Pires, da comissão negociadora sindical, deu conta do impasse verificado e acrescentou que a administração continua a querer aplicar as mesmas tabelas a todos os complexos turísticos, o que significaria um retrocesso face ao AE assinado em 1986. Ficaram entretanto marcadas novas reuniões para dia 20, na sede da Torralta, em Lisboa, e dia 26, em Tróia.


«Avante!» Nº 1281 - 18.Junho.98