Leiria
Trabalhadores
manifestam-se
Decididos a lutar em defesa dos seus postos de
trabalho e pela viabilização das empresas, intensifica-se a
luta social em diferentes pontos do País, designadamente no
distrito de Leiria, onde se sucedem as manifestações.
Assim, marcada para o próximo sábado, dia 20, está já uma manifestação de repúdio pelas propostas do Governo de alteração da legislação laboral e de reforma da Segurança Social, decidida pelo plenário distrital de activistas sindicais que a União dos Sindicatos de Leiria , promoveu no passado dia oito.
Os trabalhadores,
exigindo o «recuo» do Governo em relação a estas propostas -
"contrárias aos interesses dos trabalhadores" -,
decidiram ainda desenvolver "uma ampla campanha de
esclarecimento nos locais de trabalho" sobre as pretensões
governamentais.
"Lutar contra as pretensões do Governo vai ser difícil,
mas trata-se de uma batalha muito importante que terá de ser
ganha pelos trabalhadores", disse Sérgio Moiteiro,
coordenador da USLEI, para quem é "escandaloso pretender-se
desequilibrar cada vez mais o prato da balança em desfavor dos
trabalhadores no que respeita aos seus direitos sociais".
O alargamento do conceito de "trabalho a tempo parcial", a alteração do "conceito de retribuição" e a "tentativa de transformação da Segurança Social num regime assistencialista, escalonado consoante os rendimentos da família", foram questões abertamente contestadas por Sérgio Moiteiro, e contra as quais os activistas da USLEI enviaram ao Governador Civil de Leiria e à presidente do Serviço Sub-Regional de Segurança Social uma «resolução» justificativa.
Marinha Grande
Por sua vez, os trabalhadores da IVIMA realizaram, no passado dia 9, uma marcha a pé, durante mais de duas horas e meia, entre Marinha Grande e Leiria, para exigir junto do Governador Civil a viabilização da empresa. Nas faixas que empunhavam podiam ler-se onde se lê: "Basta de mentiras e vigarices. É tempo de o Governo assumir as suas responsabilidades" e "Pelo quarto ano consecutivo, trabalhadores da IVIMA vão de férias sem o respectivo subsídio".
Ocupando uma faixa de rodagem, e precedidos de uma viatura da PSP, os vidreiros distribuíram comunicados à população da Marinha Grande, onde apelavam à solidariedade e prometiam "encetar as lutas necessárias" para garantir a reestruturação da unidade fabril e a manutenção de todos os postos de trabalho.
Apontando para cerca de 8 milhões de contos o passivo da empresa - 250 mil contos dos quais correspondentes a salários em atraso -, os trabalhadores contestam a recente dação do património imobiliário da IVIMA ao Instituto de Gestão Financeira para pagamento de 1,3 milhões de contos de dívida ao fisco e à Segurança Social.
Esta situação, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira (STIV), para além de deixar a IVIMA sem património, terá afastado "potenciais interessados em ficarem com a empresa", entre os quais se encontra a Atlantis.