Couço
comemora
as lutas de 1958-1962
Ao longo de todo um mês entre 19 de Junho e
19 de Julho as lutas de 1958-62 vão ser assinaladas no
Couço, com diversas iniciativas.
Amanhã, pelas 19.00 horas, na Casa do povo do Couço, procede-se à abertura das comemorações e à inauguração da exposição "A luta de um povo". Dia 26, realiza-se uma sessão evocativa das lutas operárias com José Casanova a que se segue um momento musical com Manuel Freire. Dia 11 de Julho, na Praça 25 de Abril, há Música de Abril com Carlos Alberto Moniz e a 19, na Praça da República, é colocada a primeira pedra do monumento de homenagem ao povo do Couço, seguindo-se, no Largo da Junta de Freguesia, um almoço de confraternização. As comemorações serão encerradas nesse mesmo dia com uma intervenção de Carlos Carvalhas sobre o PCP e as lutas no Couço, terminando com um espectáculo com Carlos do Carmo.
Comemorar o
aniversário das lutas de 1958 é relembrar um importante momento
da luta antifascista, com a intervenção da oposição
democrática na campanha eleitoral para as presidenciais, a
partir das candidaturas de Arlindo Vicente e de Humberto Delgado,
que se vieram a fundir na fase final da campanha.
Uma intervenção que constituiu "uma das mais poderosas
movimentações de massas contra o regime salazarista", como
se sublinha em documento da Câmara de Coruche que que, com a
Assembleia Municipal de Coruche e a Assembleia de Freguesia e a
Junta de Freguesia do Couço, integra a Comissão Promotora das
comemorações.
O documento lembra o "vasto conjunto de acções de protesto
contra a fraude eleitoral" e sublinha o envolvimento da
"quase totalidade da população da freguesia" do
Couço nessa luta. Luta a que o regime fascista respondeu com a
violência da repressão.
"É esse tempo de terror, de opressão, de violência
mas, simultaneamente, de coragem, de determinação, de dignidade
e de esperança; são esses dias heróicos de verão de 1958 e
das lutas posteriores pelo direito às 8 horas de trabalho
diário, nos quais o povo da freguesia do Couço ergueu
exemplarmente as bandeiras da Liberdade e da Democracia
que nos propomos relembrar e comemorar, quarenta anos"
conclui o documento sobre as comemorações.