1ªs Jornadas da Olivicultura



Os olivicultores de Trás-os-Montes, região onde se produz cerca de 30% do azeite nacional, reuniram-se em Mirandela, dia 22 de Maio, para debater a oliveira e o azeite.

Nestas primeiras jornadas de Olivicultura da Terra Quente – promovidas pela ADAB, Associação Distrital dos Agricultores de Bragança – o lema foi "A Oliveira e o Azeite – Plano Nacional de Olivicultura – suas implicações para Trás-os-Montes – vale a pena investir no olival?"

Mais de 500 participantes agricultores, técnicos e autarcas analisaram os problemas que se colocam à COM-Organização do Comércio Mundial do Azeite e as suas repercussões na produção de azeite em Trás-os-Montes.
Um dos aspectos mais discutidos centrou-se nas propostas, surgidas na União Europeia, de substituição das ajudas à produção pelo subsídio por árvore. Uma medida que penalizaria os produtores que tratam devidamente do olival, que fizeram investimentos nos últimos anos e que poderá contribuir para a desertificação e o desequilíbrio do meio ambiente.
Depois de um debate muito vivo e participado foi aprovada uma proposta de conclusões que, no essencial, se reporta a seis pontos:

1. Manutenção da ajuda à produção nos moldes actuais;

2. Alertar para as dificuldades de aumento do plantio da oliveira do tipo cobrançoso, cujo volume pode vir a prejudicar as características do azeite transmontano;

3. A manutenção de diferenciação entre pequenos e grandes olivicultores;

4. A não eliminação de ajuda ao consumo, antes a sua alteração, ou seja, ajuda ao consumo atribuído aos agrupamentos de produtores, reconhecidos e a reconhecer, como maior garantia de genuinidade do produto e da cadeia de produção, e a ajuda ao consumo aplicada apenas nas unidades embaladoras e escaladas em zonas demarcadas de produção do olival.

5. Manutenção do mecanismo de intervenção no mercado;

6. Apoio à produção de azeitona de mesa, do tipo negrinha, de Trás-os-Montes, com a consequente atribuição de denominação de origem.


«Avante!» Nº 1281 - 18.Junho.98