Ferroviários europeus
concentram-se no Luxemburgo

Os ferroviários europeus estão de novo em luta. Em resposta ao apelo dos respectivos sindicatos, delegações da França, Bélgica, Espanha, Alemanha, Itália , Portugal, Grã-Bretanha, Alemanha... convergem hoje para o Luxemburgo, culminando três dias de mobilização a nível nacional.

A data da concentração não foi escolhida ao acaso. A Comissão Europeia apresenta esta quinta-feira aos ministros dos Transportes as nova orientações que visam abrir à concorrência as redes ferroviárias europeias, em particular no que respeita aos sectores mais rentáveis (transportes de mercadorias), ao mesmo tempo que se propõe alterar as actuais regras do serviço público.

Não é a primeira vez que se realiza uma acção conjunta de ferroriários a nível eurpeu. Em 1992, a primeira eurogreve conseguiu restringir os limites da directiva 91-440, que preconiza, entre outras coisas, o reagrupamento das companhias ferroviárias, bem como a separação (não estrutural) entre a gestão e a exploração das redes. Em 1995, a comissão procurou abrir o acesso às redes, mas foi forçada a recuar. Em 1996, a contestação dos trabalhadores contra o «Livro Branco» que insistia na total liberalização dos transportes ferroviários conseguiu uma vez mais emperrar o processo. O mesmo processo que hoje volta a estar na ordem do dia e leva os ferroviários até Estrasburgo, no que promete ser um prelúdio de nova greve europeia no início do Outono.