Governo responsabilizado pelas consequências
Administração local
pára segunda-feira


A manifestação de 27 de Maio, a participação na jornada da CGTP de 18 e 20 de Junho e os contactos com as autarquias mostraram que os trabalhadores estavam dispostos a agudizar a luta, mas não suscitaram respostas concretas do Governo.

No seguimento daquele conjunto de iniciativas, os sindicatos da Administração Local (STAL e STML) entregaram um pré-aviso de greve de 24 horas para dia 6 de Julho.

Os objectivos da paralisação incluem a regulamentação do suplemento de insalubridade, penosidade e risco (e o cumprimento do acordado), o fim de medidas repressivas no projecto sobre classificação de serviço, a defesa da Segurança Social e o reforço ao nível da aposentação, a defesa dos serviços públicos e da segurança do emprego. Destacam-se as reivindicações em matéria salarial: a negociação de uma efectiva revalorização de carreiras (com fortes críticas ao diploma do Governo, feito a partir do acordo com o Sintap/UGT), a equiparação dos valores do salário mínimo nacional e do índice 100, a aplicação do adicional de 2 por cento às carreiras dos bombeiros (sector onde se registam violações da liberdade sindical) e a atribuição do subsídio de insularidade nos Açores.

Os incómodos que a greve causará junto da população poderiam ser evitados, se o chefe do Governo providenciasse a tomada de «medidas urgentes no sentido de inverter a política seguida e de responder às justas reivindicações dos trabalhadores», salienta-se num comunicado conjunto das direcções do STAL e do STML.

Os sindicatos, que estão a preparar uma carta-aberta a António Guterres, revelaram ainda que enviaram um ofício aos autarcas, no qual alertam para os problemas dos trabalhadores e «solicitam a tomada de posições públicas, no pressuposto de que esta é uma responsabilidade de todos». Vão ainda solicitar audiências aos grupos parlamentares e ao Presidente da República.


«Avante!» Nº 1283 - 2.Julho.98