Ferroviários
decidem continuar a luta
Defendendo que é possível um acordo que, no essencial, responda às reivindicações dos trabalhadores, o plenário de sindicatos da FSTFP/CGTP responsabilizou, na passada quinta-feira, o Governo, o conselho de gerência da CP e as administrações da Refer e da EMEF, pelo conflito que levou à realização de greves, a 29 de Maio, 12 e 19 de Junho, com forte adesão.
O plenário
reafirmou as exigências de «garantias claras» de manutenção
dos postos de trabalho e dos direitos, e de cumprimento do
acordado em 1996 relativamente à negociação do Regulamento de
Carreiras. Voltou a reclamar o fim da discriminação na
atribuição de prémios e a humanização das escalas de
serviço, bem como a eliminação do actual sistema de
avaliação profissional, o fim da discriminação no conceito de
deslocação, a evolução de um índice salarial para todos os
trabalhadores e a distribuição de equipamento individual de
segurança.
No final do plenário, delegações sindicais deslocaram-se à
residência do primeiro-ministro e ao Ministério do Equipamento.
A partir de sexta-feira, uma delegação iria diariamente exigir
à administração da EMEF o recomeço de negociações e
resposta às propostas da federação (entregues a 14 de Maio).
Durante a corrente semana, os ferroviários realizam uma semana de esclarecimento junto da população acerca dos motivos da sua luta.
A federação exigiu ao CG da CP que apresentasse, na reunião marcada para anteontem, propostas que possam constituir «uma base de trabalho, a fim de caminharmos rapidamente para um eventual acordo nas três empresas». No plenário ficaram decididas novas greves de 24 horas, dia 13, na CP e Refer. Os contornos da greve na EMEF iam ser definidos ontem, num plenário sindical da empresa.
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Manifestação em
Guimarães
Dirigentes e delegados sindicais, membros de CTs e outros trabalhadores desfilaram sexta-feira pelas ruas de Guimarães, correspondendo ao apelo da União dos Sindicatos do distrito de Braga. A manifestação partiu do Jardim da Alameda, onde o coordenador da USB explicou os «truques» e «vigarices» do Governo, contidos nas propostas de lei sobre Segurança Social, férias, duração dos contratos a termo, trabalho a tempo parcial, conceito de remuneração, lay-off e trabalho nocturno. Adão Mendes, também membro da Comissão Executiva da CGTP, manifestou o total desacordo da central com tais propostas e condenou a intenção de as fazer aprovar em tempo de férias.