Greve na Saúde
com forte adesão


A greve de quinta e sexta-feira «saldou-se por um rotundo sucesso», congratulou-se a Federação Nacional de Sindicatos da Função Pública, manifestando a esperança de que os níveis de adesão dos trabalhadores dos serviços gerais do Ministério da Saúde possam convencer o Governo a publicar o diploma sobre carreiras profissionais, que acordou em Dezembro de 1996 com a FNSFP, após dois anos e meio de negociações.

A greve abrangeu, entre outros, o pessoal auxiliar de acção médica, auxiliar de apoio e vigilância, cozinheiros, barbeiros, operadores de lavandaria e a forte adesão dos trabalhadores provocou o encerramento de blocos operatórios em hospitais e anulação ou anomalias nas consultas externas.

A federação sublinha que a aplicação da proposta de reestruturação de carreiras da Saúde tem um custo de 1,2 milhões de contos, a distribuir por cerca de 30 mil trabalhadores que ganham entre 66 e 110 contos. E recorda que o Governo, dizendo ter preocupações sociais, concedeu 200 milhões de contos de benefícios fiscais «aos empresários dos prejuízos eternos», vai gastar 210 milhões de contos em submarinos e vai atribuir 55 milhões de contos de indemnizações a agrários, «meia dúzia de famílias que têm a terra improdutiva».


«Avante!» Nº 1283 - 2.Julho.98