Um ano de esperanças adiadas



Um ano lectivo de oportunidades perdidas, um ano de esperanças adiadas
– é esta a avaliação geral que a Direcção da do Ensino Superior da JCP faz do ano lectivo de 97/98.

Em Declaração à imprensa, os jovens comunistas sublinham as "dificuldades mais que evidentes das instituições em darem resposta às necessidades" que se colocam ao sistema público do ensino superior, dificuldades que no fundamental decorrem da "continuação das políticas de sub-financiamento crónico" e que tem consequências gravíssimas ao nível da qualidade" do ensino.
Um ano de "esperanças adiadas", marcado, entretanto, pela luta "que os estudantes do ensino superior empreenderam na defesa dos seus direitos e do sistema público do ensino superior".
Um dos anos em que – como afirma o documento - "a luta dos estudantes mais força, mobilização e visibilidade teve", marcado por um "movimento nacional de contestação à Lei de financiamento do PS e que envolveu milhares e milhares de estudantes por todo o país, por greves na generalidade dos estabelecimentos de ensino superior público, por sucessivos boicotes à aplicação da Lei das propinas".

No final do ano lectivo assiste-se ainda "à mobilização de milhares de estudantes para o boicote ao pagamento de propinas". Um processo que o ME tenta travar impondo sanções, fazendo passar a imagem de que são as universidades quem as define.
A JCP sublinha ainda a ausência de diálogo por parte do ministério, a que se contrapõe uma crescente unidade dos estudantes para a luta, como o demonstra o último Encontro Nacional de Dirigentes Associativos (ENDA), que aprovou um conjunto de moções que apontam – como caminho para a saída da crise – para a revogação da actual lei de Financiamento; a suspensão imediata da aplicação da lei e do pagamento das propinas; o iniciar de um amplo debate sobre o financiamento do ensino superior e a acção social escolar.
A concluir, o documento dos jovens comunistas afirma que "é encarando o diálogo de uma forma séria e justa, mostrando o respeito por todos os parceiros sociais, que se conseguirá ultrapassar o impasse que o ministério da Educação criou".


«Avante!» Nº 1283 - 2.Julho.98