1ª Assembleia dos
Intelectuais de Évora
Contra
«pensamento único»
A Assembleia do Sector Intelectual de Évora do PCP reuniu pela primeira vez no passado dia 9 de Julho, com a presença de 38 delegados e duas dezenas de convidados e a participação de José Casanova, membro da Comissão Política que encerrou os trabalhos.
Após fazer o
balanço de actividade, analisar a situação presente,
perspectivar o desenvolvimento da sua intervenção no futuro, a
1ª Assembleia dos intelectuais de Évora considerou como
prioridade de trabalho o acompanhamento e desenvolvimento das
«lutas com que os mais diversos camaradas e áreas do sector
intelectual se confrontam». Lutas que, em sua opinião, exigem
«o reforço político, ideológico e de organização» e a
capacidade de «iniciativa e abertura ao debate exterior» e
impõem uma «visão objectiva» das áreas em que os comunistas
actuam e a «ponderação da complexidade e da dimensão de cada
uma delas e respectivas interrelações.»
Contribuir para enformar posições ao nível do exercício do
poder local e intervenção do Partido no concelho, nas áreas da
cultura, do património cultural e da criação artística, foi
outra linha de orientação saída da reunião magna dos
intelectuais eborenses que, colocou também como questão
importante a sua contribuição para a melhoria do trabalho na
Universidade e a sua dignificação e desenvolvimento no domínio
científico.
O sector intelectual
decidiu ainda estar atento às questões da comunicação social
e da formação de opinião e analisar as formas de aumentar a
intervenção dos militantes em todas as vertentes deste
domínio.
O trabalho do sector - dizem - «deve configurar uma linha de
actividade de permanente contacto com o exterior», quer promovendo
a «divulgação das posições do Partido», quer auscultando
«opiniões de outros sectores e de intelectuais individualmente
considerados», num combate à corrente do «pensamento único».
A verdade é que, para os comunistas, «o potencial de
recrutamento para o Partido» que existe é uma perspectiva que
deve acompanhar toda a sua acção política, cultural e
ideológica.
Depois de definir um calendário de iniciativas políticas, de esclarecimento e de mobilização designadamente para as eleições de 1999, a 1ª Assembleia dos Intelectuais de Évora, elegeu uo novo organismo de direcção, constituído por nove elementos, que irá acompanhar e coordenar as células existentes (Universidade, Saúde e técnicos municipais) e a criação de novas células.
Montemor-o-Novo
Sob o lema «Dar um novo impulso à organização e defender os interesses dos trabalhadores e da população», realizou-se também, no passado dia 3 de Julho, a 3ª Assembleia da Organização da Célula do PCP dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo.
A Assembleia
discutiu e analisou as questões de organização, da situação
social e da intervenção do Partido, elegeu um novo Secretariado
de célula, tendo ainda aprovado por unanimidade uma resolução
política que prevê e reconhece «a importância fundamental da
célula como forma tradicional de organização do colectivo
partidário».
Das questões debatidas, destacam-se a necessidade da
divulgação da imprensa do Partido, de uma atenção crescente a
novas formas de intervenção e participação dos militantes em
actividades de carácter social, o acompanhamento da gestão
municipal e a defesa permanente dos direitos e interesses dos
trabalhadores.
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Faltam financiamentos no Alentejo
O OIRA - Organismo Inter-Regional do PCP analisou na semana passada os últimos desenvolvimentos relativos à reprogramação do PORA, do Plano Nacional de Desenvolvimento Económico e Social, do Projecto Aldeia e do Plano de Emprego para o Alentejo.
Tendo em conta, designadamente, a reunião de 16 de Julho do Comité Nacional de Acompanhamento do II Quadro Comunitário de Apoio, o OIRA reafirmou a necessidade de reforçar o PORA em mais 25 milhões de contos, como as autarquias vêm reclamando, para a concretização de importantes projectos para a região, até agora travados pela falta de financiamento.
Particularmente grave para os comunistas é a falta de verbas no PORA para a construção dos aterros sanitários de Beja e Évora, ao mesmo tempo que alguns programas sectoriais podem não ter capacidade para gastar as verbas disponíveis. Assim como não aceitam que ministros e secretários de Estado afirmem publicamente que os aterros sanitários são prioridade do Governo e têm de estar concluídos até 2000 e a CCRA, no seu «Diagnóstico Prospectivo», diga que até esse ano só serão concretizados os Planos para os distritos de Portalegre, o Litoral Alentejano com Aljustrel e Ferreira do Alentejo e a zona que inclui os concelhos de Cuba, Alvito, Vidigueira, Portel e Viana do Castelo», carecendo a quase totalidade dos concelhos do distrito de Beja e Évora de «recursos financeiros para a implantação dos respectivos Planos Directores».
Quanto ao Plano Nacional de Desenvolvimento Económico e Social, o OIRA defende a dilatação do prazo de discussão até 15 de Outubro e no que se refere ao Projecto Aldeia, considera «inaceitável» que dele tenham sido marginalizadas as Associações de Desenvolvimento Local e as autarquias.
O PCP está ainda preocupado com o Plano de Emprego do Alentejo, que deixa de fora algumas regiões, e critica o facto de os Sindicatos e as autarquias - os que mais próximos estão da realidade social da região - não terem sido chamados a participar na sua elaboração.
Por fim, o OIRA espera que «com a criação e instituição das regiões administrativas, se ponha cobro a este tipo de funcionamento em que diálogo, participação e parceria não passam de retórica para inglês ver».