PR recebe PCP


Uma delegação do PCP, constituída pelo seu Secretário-geral, Carlos Carvalhas, e por Luís Sá e Octávio Teixeira, membros da Comissão Política, encontrou-se, na sexta-feira passada, a seu pedido, com o Presidente da República, Jorge Sampaio.

À saída da audiência, em declarações prestadas aos órgãos de comunicação social, Carlos Carvalhas disse ter a delegação falado sobre «os referendos en geral» e manifestado ao Presidente da República a preocupação do seu partido com a questão da democracia portuguesa que pode «ficar fragilizada», sobretudo com a convocação do referendo da Europa.
Ou seja, o PCP foi a Belém dizer que, «independentemente da decisão do Tribunal Constitucional, o sr. Presidente da República não deveria convocar o referendo sobre a Europa porque é um referendo que não tem conteúdo.»

Aproveitando a oportunidade, a delegação do PCP falou sobre a situação social, considerando que «os portugueses não podem ficar à margem do crescimento económico». E, sobretudo em relação aos reformados, defendeu que o Governo português «tem que ter em atenção as propostas que neste momento se encontram na Assembleia da República» sobre a matéria.

No que se refere ao referendo da regionalização, Carlos Carvalhas lembrou que ele está neste momento a ser apreciado pelo Tribunal Constitucional mas, «se tivermos um referendo, se o Tribunal Constitucional se decidir pelo sim, naturalmente que vamos fazer uma campanha afirmativa.»
O PCP não teme que a regionalização divida o país, pelo contrário. A verdade é que, do ponto de vista económico, existem grandes diferenças entre algumas regiões e há investimentos que hoje se fazem, «que são decididos pelas CCRs, que são órgãos não eleitos, muitas vezes afastados das populações, do poder local e que decidem com atraso e muitas coisas mal.» Por isso, para o PCP, «se não houver uma regionalização e uma descentralização é que essa divisão se vai verificar.»


«Avante!» Nº 1287 - 30.Julho.1998