Luta dos pilotos das barras
PCP
condena atitude do Governo
e exige abertura do diálogo
O Executivo do Organismo de Direcção do Sector dos Transportes da DORL do PCP acusou o Governo de pôr em causa a lei da greve ao suspender o regulamento dos serviços de pilotagem. Esta espécie de «lock out» imposto pelo Executivo, no processo de luta que o opõe aos pilotos da barra, desrespeitando as normas comunitárias e as leis do País, "põe em perigo a navegação, a segurança e o meio ambiente", alertam ainda os comunistas da Organização Regional de Lisboa, que exigem a "abertura do diálogo" com vista ao desbloqueamento do conflito e o respeito pelas normas e leis em vigor.
Condenada é também
a atitude do Governo de lançar sobre todo um grupo profissional
"um clima de suspeição e de condenação antes de os
Tribunais se pronunciarem", só porque alguns têm processos
judiciais contra si a decorrer. Lamentando esta atitude, o PCP
adverte que o Governo está a entrar por um caminho reprovável,
lembrando, a este propósito, que a "ética política e a
separação entre o poder político e o judicial" nunca o
consentiriam.
O PCP acusa ainda o Governo de ser responsável pela agudização
do conflito que o opõe aos trabalhadores, devido à sua
intansigência e à falta de diálogo, chamando simultaneamente a
atenção para o facto de este comportamento não estar
dissociado da "estratégia de orivatização dos portos e
liberalização de alguns importantes sectores
estratégicos".
No comunicado onde expressam esta posição, divulgado
segunda-feira, os comunistas tomam ainda posição sobre outras
lutam recentes travadas no sector dos transportes. Saudando todos
os trabalhadores nelas envolvidos, o PCP realça a justeza das
suas reivindicações, pondo em evidência o facto de estarem em
causa "o respeito pela dignidade de quem trabalha, melhores
salários, a garantia dos seus postos de trabalho, a defesa do
interesse nacional e o fim das privatizações e da provocação
que constituam as tentativas do Governo PS de alteração à
legislação laboral".
"Lutar vale a
pena", sublinha ainda o Organismo de Direcção do Sector
dos Transportes do PCP noutra passagem do texto, recordando, a
este respeito, as lutas desenvolvidas na Carris, no sector
ferroviário e no sector rodoviário de mercadorias perigosas.
"A luta, a força e unidade dos trabalhadores obrigaram o
Governo e a associação patronal a importantes recuos na sua
posição de intransigência inicial", fazem notar os
comunistas, referindo-se a este último processo, agora novamente
em fase de negociações, cujo desfecho, esperam, permita
satisfazer as reivindicações que motivaram a luta.