Securitas não cumpre


Mais uma empresa que não respeita os direitos dos trabalhadores, diz o Sector de Empresas de Lisboa do PCP, referindo-se à Securitas e ao que se passou com a maior parte dos vigilantes (se não todos) enviados para a Expo a quem, no decurso da instrução, foram «prometidas» condições de trabalho que na prática se verificaram ser totalmente diferentes.

São as horas nocturnas que são pagas como diurnas; prémios de desempenho que não são pagos; horas extra recebidas como despesas de transporte e sem recibo; instalações degradantes e quase desumanas (para cada turno de 20 trabalhadores existe um único contentor, sem condições de higiene e segurança); serviços de 12 horas de pé, no alcatrão, com temperaturas que chegam a atingir os 48 graus; horários de entrada e saída sem correspondência com os horários dos transportes públicos, enfim... aquilo a que se chama «desumanização do trabalho e falta de respeito pela dignidade do cidadão».

Por outro lado, qualquer trabalhador que reclame melhores condições de trabalho está sujeito a represálias, por vezes ameaçado pelos chefes e deslocado para outro posto de trabalho mais difícil e isolado.

Assim, manifestando a sua solidariedade com as reclamações dos trabalhadores da SECURITAS, o PCP pergunta «como e quando actua a tão apregoada inspecção de trabalho, num local onde actualmente está exposta a grande montra de Portugal aos olhos do Mundo - a Expo 98?».


«Avante!» Nº 1287 - 30.Julho.1998