Intenções
positivas
sem respostas concretas
O Secretariado Inter-Regional do Alentejo da CGTP-IN, recebido
sexta-feira passada na residência oficial do primeiro-ministro,
ouviu da parte do Governo «um conjunto de intenções que, a
concretizarem-se, virão ao encontro das nossas propostas»; no
entanto, «quanto às questões concretas que colocámos, as
respostas não se ouviram ou foram contempladas apenas em parte»
- refere uma nota divulgada segunda-feira pela estrutura que
reúne as uniões de sindicatos dos distritos de Beja, Évora e
Portalegre.
Os sindicalistas registaram, como positivas, afirmações de António Guterres e de outros membros do Governo quanto à intenção de não deixar cair a única indústria de transformação de cortiça situada no Alentejo (a Robinson Bros, com 200 trabalhadores sem salário há dois meses e quase paralisada por falta de matéria-prima), de não permitir o despedimento de nenhum mineiro de Aljustrel e de constituir uma sociedade de capital de risco com os meios financeiros mínimos face às necessidades da região; como resposta concreta satisfatória, anotaram o compromisso de manter no concelho de Mourão a fábrica da Portucel.
O Governo não disse quando vão reabrir as Pirites de Aljustrel, nem quando serão ali descongelados os salários. Ficou sem resposta a exigência de que os apoios à manutenção dos rendimentos dos agricultores sejam extensivos aos assalariados agrícolas, bem como a reclamação de medidas eficazes de combate ao desemprego estrutural na região, que se mantém há mais de uma década na ordem das 40 mil pessoas, apesar da diminuição da população.
O secretariado alentejano da CGTP classificou a reunião com o Governo como «positiva» e declarou que «continuará atento ao concretizar das intenções anunciadas», quer quanto à implementação de políticas, quer no que toca a não discriminar as estruturas sindicais nos instrumentos de acompanhamento das diversas medidas.