No Dia da Conservação da Natureza
Guardas e vigilantes descontentes com o Governo


Os guardas e vigilantes da natureza, mais de dois anos depois da apresentação do seu caderno reivindicativo, continuam sem ver aprovadas pelo Governo a unificação e reestruturação das suas carreiras. Terça-feira, na passagem do Dia da Conservação da Natureza, aquele facto foi evocado pela Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública, em comunicado onde sublinha que "uma correcta e consequente política de conservação da Natureza começa pela adopção de medidas que consagrem melhores condições de trabalho àqueles que, diariamente, garantem que os interesses nacionais àquele nível não são ofendidos e, naturalmente, são preservados".

Não tem sido esse, infelizmente, o entendimento do Governo. Para aquela estrutura sindical, em matéria de Ambiente, "pouco ou nada" tem sido feito neste capítulo das condições de trabalho, o que a leva a concluir que o balanço, na hora de comemorar o Dia Nacional do Ambiente, "não é de modo algum positivo".

Desde logo, para além do referido atraso na resposta ao seu caderno reivindicativo, pela falta de reforço de efectivos, actualmente insuficientes para garantir uma protecção eficaz do nosso património ambiental e natural. Mas também pela falta de melhores meios de comunicação individual e de transportes, bem como de programas de formação que, com a frequência necessária, actualizem os seus conhecimentos profissionais.

Lembrado pela Ferderação da Função Pública é ainda o facto de os problemas não se confinarem aos guardas e vigilantes da natureza, uma vez que, observa, "de um modo geral, os trabalhadores do Ministério do Ambiente sofrem as consequências da falta de atenção e de rigor na gestão dos recursos humanos".

"Os quadros de pessoal ou estão por aprovar, como no caso do Instituto de Conservação da Natureza (criado há seis anos) e do Instituto de Metereologia ou precisam de uma actualização", refere a Federação sindical, antes de salientar que o resultado está à vista: "estaganação profissional de muitos trabalhadores, impedidos, por falta de abertura de concursos ou de vagas, de serem promovidos na carreira".


«Avante!» Nº 1287 - 30.Julho.1998