Carvalho da Silva responde a comentaristas e governantes
«Basta de disparates!»


«Nos últimos dias tem-se escrito bastante acerca do movimento sindical e das suas fragilidades... Perdoamos aos que, por desconhecimento ou por má-fé, dizem disparates, e também somos solidários com eles. Mas, em relação a algumas matérias, já chega de disparates.»

Foi com este protesto que o coordenador da CGTP iniciou a conferência de imprensa dada segunda-feira, num intervalo da Comissão Executiva da central. A tais disparates - explicitamente imputados a comentaristas mas, por referências indirectas, alargados a alguns governantes que se têm mostrado mais prolixos - Carvalho da Silva retorquiu, sublinhando que «o movimento sindical português está, felizmente, mais dinâmico do que há alguns anos atrás, aumentámos a sindicalização, em muito significativo crescimento contínuo nos últimos três anos, não apenas no sector público, mas também em várias áreas do sector privado».
«Aumenta também a participação dos trabalhadores» e «aumentam as receitas das quotizações dos trabalhadores, para o conjunto dos sindicatos da CGTP», acrescentou.
Quanto à intervenção dos trabalhadores na luta, «ela é feita por razões muito fundamentadas e vai inevitavelmente aumentar», afirmou Carvalho da Silva, que compareceu perante os jornalistas acompanhado por José Ernesto Cartaxo, Manuel Lopes, Amável Alves e Eduardo Chagas – todos da Executiva e os dois últimos com responsabilidades sindicais nas estruturas que têm conduzido as lutas dos motoristas de combustíveis e outras mercadorias perigosas e dos pilotos de barra.

A CGTP, disse Carvalho da Silva – que teceu largos elogios à luta dos motoristas e à forma como foi conduzida pela Festru - encara o futuro «com muita confiança, muita serenidade» e «um profundo sentido de responsabilidade», e «vai lutar pelas reivindicações dos trabalhadores mas não vai dar boleia a nenhuma política de terra queimada».


«Avante!» Nº 1287 - 30.Julho.1998