Assim, preto no branco, a frase de Oscar Niemeyer, o arquitecto comunista brasileiro que sonhou e projectou Brasília e a quem a Festa do «Avante!» homenageou com um belo espaço bem dimensionado e «arquitectado», no Pavilhão Central, onde se podiam ver fotografias da capital brasileira, contraditoriamente sede de um governo e de órgãos de Estado dominados ainda pelos exploradores. Modificar o mundo será, pensamos, mudar os inquilinos daquela cidade projectada para um futuro que ainda não chegou. Mas naquele espaço de homenagem, em que faltaram maquetes e plantas, «sinais» do trabalho de um arquitecto comunista, e onde um vídeo e textos de Niemeyer falavam por si, mais falta fez a presença do artista, que melhor poderia animar um diálogo entre o visitante e o projecto exposto. Ficou a homenagem e a chamada de atenção para uma obra que marcou o século.