Pela plena integração dos
deficientes, pela dignificação da condição dos reformados A mobilização pela
defesa dos seus direitos, pela integração e pela
dignificação das suas condições de vida, voltou a ser
um elemento marcante no espaço dedicado aos Deficientes.
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Desse caminho dos desficientes pela sua integração, feito de muitas e persistentes lutas, falava a exposição distribuida por quatro painéis onde o visitante podia encontrar vasta informação. Realce, no seu conteúdo, mereceram sobretudo as múltiplas acções envolvendo os cidadãos portadores de dificiência em torno daqueles objectivos. Jornadas de luta que se materializaram das mais diversas formas. Lembradas, por exemplo, foram as concentrações, seminários ou vigílias. Como recordada foi a permanente e solidária luta e intervenção do PCP em defesa dos interesses e direitos dos deficientes.
Uma luta que vai prosseguir e ganha novo fôlego no momento político presente face ao incumprimento das promessas feitas pelo Governo do PS. "Muitos deficientes começam a perceber que as promessa feitas pelo PS não passaram disso mesmo e que é no PCP que encontram o mais consequente defensor da resolução dos seus problemas", disse ao repórter Zeferino Ribeiro, membro da Comissão Nacional do PCP do Movimento de Deficientes, justificando assim, também por esta via, a adesão de novos quadros ao Partido verificada nos últimos meses.
Da mesma opinião
são os camaradas Matos Almeida e Rosa Guimareno, igualmente
membros daquele organismo, que acrescentam que não obstante a
"mudança de linguagem, bem como a aparente mudança de
atitude dos governantes, a verdade é que na prática os
problemas mantêm-se".
A este respeito, lembram, por exemplo, todos os problemas que
impedem a integração de facto dos deficientes, como sejam, as
barreiras arquitectónicas, os transportes ou o ensino integrado,
chamando ainda a atenção para um numeroso conjunto de outras
questões, como a dispersão da instituições, o valor das
pensões, as ajudas técnicas (cadeiras de rodas, próteses, etc)
ou os cuidados de saúde.
Não baixar os braços
Concluíram profissionalmente a sua vida activa, cumpridos que foram anos a fio de labuta, mas não baixaram os braços por melhores condições de vida e pela sua participação na comunidade. São os reformados, uma larga camada da população que não desiste de lutar pelo direito a "viver a reforma com dignidade e bem-estar", como sublinhava um dos painéis presentes no espaço a eles reservado na Festa.
Testemunhos dessa luta em que sempre têm contado com o apoio firme do PCP podiam encontrar-se na exposição política, reproduzindo não apenas o retrato de jornadas passadas, envolvendo o MURPI/Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos, mas também a certeza de combates futuros, face a novos perigos e ataques a direitos que, embora lhes digam especialmente respeito, são de todos, como é o caso - para o qual lá estava deixado o alerta da tentativa do Governo de "desmantelar a Segurança Social de solidariedade entre gerações".
J. C.