Com açucar, com afecto A área internacional reservou um espaço especial para a solidariedade com o povo cubano. No fim da tarde de domingo teve lugar a sessão de encerramento da campanha «Medicamentos para Cuba», com a participação de Sérgio Corrieri, membro do Conselho de Estado e do Comité Central do Partido Comunista de Cuba, de Emídio Ribeiro, da Comissão Política do PCP, e do jornalista Miguel Urbano Rodrigues. |
Até àquele momento
tinham sido recolhidos na Atalaia 1400 contos para a campanha.
Por cada contributo de 200 escudos, os participantes recebiam em
troca um pequeno frasco com açúcar, do feitio de uma ampola de
vacinas. Havia ainda pequenos «pacotes» de leite para
distribuir por quem contribuísse com outros valores.
Na ocasião, Emídio Ribeiro manifestou a solidariedade dos
comunistas portugueses com a causa cubana e, neste âmbito,
anunciou a realização algumas iniciativas que decorrerão no
Porto por ocasião da Cimeira Ibero-Americana. No dia 17 de
Outubro, terá lugar um desfile popular e um espectáculo com
artistas portugueses e, no dia seguinte, realiza-se uma corrida
de atletismo.
Foi ainda distribuído um apelo contra o bloqueio
norte-americano, assinado pela Associação de Amizade
Portugal-Cuba e pela Comissão Regional do Porto contra o
Bloqueio. «É impossível calcular com exactidão todos os
prejuízos causados, mas pode avaliar-se o sofrimento de um povo
que, por esse motivo, tem sido privado durante tanto tempo do
acesso normal a bens essenciais, como a alimentação, os
medicamentos e a energia. O bloqueio tem limitado gravemente o
desenvolvimento económico, condicionado o desenvolvimento social
do país e viola os seus direitos soberanos», lê-se no
documento.
«Constitui uma verdadeira aberração que se mantenha neste
final de século um tão prolongado bloqueio, imposto
unilateralmente, que ofende princípios e normas do direito
internacional e que vai ao ponto de impor sanções a empresas e
instituições de qualquer país que tenha relações económicas
com Cuba», acrescenta o apelo.
«O bloqueio é um acto que atinge e fere toda a humanidade»,
consideram os signatários, ideia reiterada por Sérgio Corrieri
que se referiu à actual crescimento económica da ilha e às
dificuldades com que o país se debateu.
No espaço internacional realizaram-se também debates sobre a situação em Timor, sobre a Nato e a Palestina.