EFFAs
Comunistas debatem o sector


Com a presença de Jerónimo de Sousa, membro da Comissão Política, reuniram-se no Centro de Trabalho de Almada os comunistas de todos os EFFAs e Indústrias de Defesa, para analisarem a situação política em geral, designadamente a campanha pela vitória do SIM no referendo sobre a regionalização, que no dia 8 de Novembro se realiza, e a situação actual em cada uma das empresas.

Particular destaque tiveram as questões relacionadas com a alteração à legislação laboral e do regime da Segurança Social que o Governo PS enviou à Assembleia da República, gravemente lesivas dos direitos dos trabalhadores.

A organização do Partido ao nível de cada local de trabalho, a reafirmação da disposição de continuar a lutar pela defesa dos postos de trabalho e de uma reestruturação dos EFFAs/Ind, assente na modernização e viablização dos diversos estabelecimentos, e a rejeição dos projectos do Governo que, em alguns casos, apontam para a sua privatização ou mesmo encerramento, foram também questões que mereceram a análise aprofundada dos participantes.

Como conclusão, os comunistas valorizaram a luta desenvolvida pelos trabalhadores e as suas organizações representativas, num conjunto de iniciativas que levaram ao recuo no tempo por parte do governo, no que respeita à aplicação dos seus projectos. Por outro lado, foi claramente evidenciado que o PCP tem propostas e que é possível reestruturar o sector, com benefícios para o País e para os trabalhadores e aproveitando os recursos técnicos e humanos existentes, aliás de grande qualidade.

Entre as propostas analisadas (e já apresentadas pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Estabelecimentos Fabris das Forças Armadas após o encontro realizado em 30 de Janeiro último), estão a rentabilização do Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos, na fabricação dos medicamentos genéricos; o aproveitamento da valiosa experiência do Arsenal do Alfeite, na actividade da construção e reparação de navios, mantendo o vínculo à Marinha; o aproveitamento e rentabilização as Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento no fabrico de fardamento de todas as forças militares e para-militares; o aproveitamento dos recursos existentes na OGMA, SA, ao serviço da Força Aérea Portuguesa, do País, e mesmo de outros mercados.

Assim, os quadros comunistas presentes no encontro decidiram avançar com uma acção de esclarecimento e de mobilização dos trabalhadores, no sentido de impedir a aplicação dos projectos do Governo e dar um novo impulso às reivindicações dos trabalhadores.


«Avante!» Nº 1294 - 17.Setembro.1998