Aveiro
Eleito
comunista denuncia irregularidades
Na última reunião da Assembleia Municipal de Aveiro, o eleito do PCP, nas listas CDU, António Salavessa, anunciou que, à luz de valores como a «transparência dos actos dos órgãos autárquicos» e a «completa separação entre a defesa do interesse público e a prossecução de interesses privados», iria entregar nos próximos dias, às entidades judiciais competentes, duas exposições visando desencadear o processo de perda de mandato por dois membros da Assembleia Municipal de Aveiro: Victor Manuel da Silva Martins e Joaquim António Gaspar Melo Albino.
Segundo o autarca
comunista, trata-se de uma decisão «difícil» mas
«necessária e incontornável», já que, sob o ponto de vista
«estritamente legal», estes dois eleitos não podem continuar a
ter ali assento.
Em relação a Victor Matins, é invocado o facto de a Câmara
ter adjudicado à Papelaria Avenida - Vieira / Martins, Lda. - de
que este eleito é sócio - o fornecimento continuado de material
de papelaria. O que não seria problema se Victor Martins «fosse
apenas membro da Junta ou da Assembleia de Freguesia de Santa
Joana.» Mas, uma vez eleito Presidente da Junta, e, portanto,
membro da Assembleia Municipal, «está obrigado às mesmas
regras dos membros eleitos directamente.»
Quanto a Gaspar Albino, António Salavessa invoca o facto de a
Câmara ter adjudicado à firma Gráfica do Vouga, Lda. - de que
este eleito é igualmente sócio - a execução de parte do
material gráfico (cartazes, autocolantes) para os vários
certames a realizar no Parque de feiras e Exposições, durante o
corrente ano.
Não tendo este fonecimento carácter continuado, existem,
contudo, outros contratos celebrados entre a Câmara e a Gráfica
do Vouga, Lda., no decurso deste mandato: a adjudicação do
Boletim Municipal e da execução da obra «Arte Nova em Aveiro e
no seu Distrito» e a alienação de um terreno municipal a favor
da referida firma.
O eleito do PCP esclarece que não o «move qualquer animosidade
pessoal ou política» contra Victor Martins ou Gaspar Albino,
não lhe repugnando os contratos entre a Câmara e estas
empresas. «O que não pode é existir esta mistura, esta
confusão, que nem sequer é benéfica para os visados», sempre
sujeitos, em qualquer votação, «a que essa votação seja
avaliada à luz de eventuais compromissos com a Câmara.»