Trabalhadores
da Lionesa
querem gestão controlada
Reunidos em plenário, em que participou Manuel Carvalho da Silva, da CGTP-IN, os trabalhadores da Fábrica de Tecidos Lionesa, de Leça do Balio, decidiram na passada sexta-feira, apresentar uma previdência cautelar e o consequente arresto dos bens da empresa, como forma evitar que a situação da empresa se degrade.
Apelando à
administração para que continue as negociãções com sas
entidades envolvidas, designadamente com a segurança social, o
plenário decidiu recorrer ao processo especial de recuperação
de empresas, e, nesse sentido, solicitar ao tribunal a nomeação
do gestor judicial, com poderes especiais, que substitua de
imediato a actual administração.
Defendendo a gestão controlada da empresa, os trabalhadores
exigem ainda uma auditoria para apuramento de responsabilidades,
«incluindo criminais», uma vez que ao longo de anos foram
retidas as contribuições dos trabalhadores que deviam ser
entregues à Segurança Social, de acordo com o plano de
recuperação aprovado em 1995.
Meses em atraso
Estas medidas
justificam-se já que a administração não cumpriu os acordos
com os trabalhadores, ou seja não retomou a laboração em 1 de
Outubro, nem pagou os salários de Junho, Julho, subsídio de
férias, Agosto e Setembro.
Segundo a resolução do plenário, a administração tem
protelado os acordos de contratos a estabelecer com a Segurança
Social, apresentando novas exigências, para «provavelmente
criar obstáculos ao acordo de viabilização», estabelecido no
passado mês de Julho.
A tudo isto soma-se uma gestão «duvidosa» que indicia «uma
ausência de controlo de facturação (e esta a preços muito
baixos, comparados com o mercado), a movimentação de dinheiros,
venda de equipamentos (teares), contactos com imobiliárias e
desenvolvimento de projectos e põem em risco postos de trabalho
e os interesses dos principais cresdores». São estes a
Segurança Social, com cerca de um milhão de contos; a Banca,
400 mil contos; e os 220 trabalhadores da empresa, com cerca de
200 mil contos.
O acordo de viabilização previa a dação em pagamento de
terrenos à Segurança Social e a venda de parte do imóvel
permitindo o relançamento da actividade produtivo, o pagamento
aos trabalhadores e credores e resolução do passivo a
médio/longo prazo.