PS
chumba
diplomas favoráveis aos trabalhadores
Ao optar pela abstenção, sabendo antecipadamente que tal representaria uma forma de os inviabilizar, dada a oposição do PSD e CDS/PP, de forma ínvia, o PS voltou a carimbar, na passada semana, com o seu voto, o chumbo de mais dois diplomas com incidência no plano laboral orientados para a salvaguarda de direitos dos trabalhadores. Qualquer deles subscrito pela bancada do PCP, visavam, num caso, a defesa de direitos em matéria de segurança no emprego, e, no outro, impedir práticas abusivas das entidades patronais lesivas da saúde dos trabalhadores e violadoras do seu direito à privacidade.
No que se refere a este último, em causa está, concretamente, a tentativa de instituir nas empresas práticas absolutamente condenáveis que ofendem a dignidade do trabalhador e que acabam por se constituir em factor de degradação das condições de trabalho.
Delas falou a
deputada comunista Odete Santos, citando, entre outros exemplos,
o estabelecimento de horários para a utilização das
instalações sanitárias a horas certas, a colocação de
máquinas de ponto junto das mesmas para contabilizar o tempo
gasto pelos trabalhadores nessas interrupções de trabalho e
até, imagine-se, a colocação de vídeo virado para as
instalações, como acontece numa empresa da indústria química
do concelho de Palmela.
Pôr cobro a este estado de coisas, que conferem "uma nova e
dramática actualidade aos "Tempos Modernos" de Charlie
Chaplin, como sublinhou Odete Santos, era, pois, o objectivo do
diploma comunista, que pretendia constituir-se num primeiro passo
na adopção de medidas tendentes a impedir a utilização
abusiva das novas tecnologias na vigilância do trabalhador nos
locais de trabalho.
A nada disto, porém, parece ter sido sensível a bancada
socialista, confirmando, uma vez mais, pela prática, os
compromissos e opções pelo grande capital que tenta dourar em
tempos de eleições.