Quem
lucra com a JAE, SA?
«O Governo não pode dizer que não sabia de nada», relativamente às irregularidades na Junta Autónoma de Estradas, declara a FNSFP/CGTP, comentando declarações produzidas no quadro da polémica aberta pelas declarações de Garcia dos Santos.
Numa nota de
imprensa distribuída na semana passada, o Secretariado
Permanente da federação refere que, por sugestão do
secretário de Estado da Administração Pública, a FNSFP
solicitou uma auditoria à gestão da JAE em Abril de 1997, uma
vez que tinha conhecimento de graves anomalias referentes à
contratação de pessoas exteriores ao quadro da Junta com
vencimentos muito acima de qualquer tabela salarial legalmente
estabelecida.
A solicitação da FNSFP só teve despacho do Governo em Maio de
1998 e deveria ter sido concluída até 15 de Setembro.
A federação também deu conta das suas preocupações sobre a
constituição da «JAE, SA», considerando que esta foi a
«figura a que o Governo recorreu para privatizar a JAE e se
furtar a instrumentos legais de fiscalização». Entretanto, é
o próprio Governo que paga, na «JAE, SA», salários 70 a 80
por cento acima dos estipulados para a Administração Pública,
procurando que os trabalhadores aceitem a desregulamentação das
condições de trabalho acusa a federação, questionando
a finalidade de tal privatização, as origens do seu
financiamento e a identidade dos seus beneficiários.