No terceiro ano consecutivo de crescimento
CGTP
lança campanha de fundos
Comprar a sede histórica da Inter é um objectivo que se integra «numa dinâmica de reflexão sobre a importância do sindicalismo e da sua independência e autonomia», salienta a Comissão Executiva da CGTP, no documento divulgado sexta-feira.
Apostando sobretudo
nas contribuições recolhidas junto dos trabalhadores, a central
propõe-se angariar até Outubro do próximo ano 200 mil contos,
como contributo extra ao esforço financeiro que está a ser
feito para a compra do espaço ocupado pela sede, na Rua Vítor
Cordon, arrendado ao Instituto de Gestão Financeira da
Segurança Social. Para lançar a campanha, teve lugar uma
reunião extraordinária do Conselho Nacional, aberta aos
jornalistas, onde Carvalho da Silva fez uma detalhada e
documentada exposição sobre o processo de aquisição do
imóvel e as condições em que a CGTP o tem ocupado, desde 1974.
O coordenador da Intersindical Nacional relatou que o IGF mandou
avaliar o edifício e fixou o preço de 421 mil contos, com base
no qual foi feito o contrato-promessa de compra e venda em 1994.
O custo de aquisição e obras, já efectuadas, ronda os 650 mil
contos, dos quais faltam pagar cerca de 450 mil. A CGTP, que já
amortizou cerca de 60 mil contos na divida, tem 25 anos para
pagar o total do montante, de que paga juros indexados à taxa
Lisbor corrente.
Refutando quaisquer insinuações sobre favorecimentos, Carvalho
da Silva sublinhou que «pagaremos a sede até ao último
tostão» e declarou que «ao actual Governo só pedimos que
cumprisse rigorosamente o negócio, cujas bases estavam
estabelecidas com o Governo anterior».
Numa intervenção em que seguiu o fundamental do documento da
Executiva, o coordenador da CGTP destacou o facto de a campanha
de fundos ser lançada durante aquele que é o terceiro ano
consecutivo de crescimento do número de sindicalizados e do
volume de quotização, vencendo a quebra verificada entre 1985 e
1995. Carvalho da Silva apontou vários exemplos de crescimento e
rejuvenescimento de sindicatos e destacou o facto de se terem
filiado na CGTP sindicatos de sectores estratégicos que foram
criados depois do 25 de Abril, valorizando igualmente o protocolo
que iria ser firmado com a Fenprof.
«A este reforço dos sindicatos tem correspondido um ascenso da acção sindical e das lutas desenvolvidas, bem como dos resultados obtidos», congratulam-se os dirigentes da CGTP.