Opções da
UNITA suscitam condenação
Um pedido
"Politicamente absurdo", assim classificou o
deputado comunista José Calçada a diligência do CDS/PP para
que a Assembleia da República se pronunciasse sobre a situação
dos deputados da UNITA em Angola. Em causa estava, concretamente,
a passagem do projecto de deliberação subscrito pelos populares
em que se solicitam garantias para que aqueles parlamentares
possam assumir "o respeito pela sua fidelidade aos
princípios e ao Partido pelo qual foram eleitos".
No decorrer do debate, realizado na passada semana, José
Calçada chegou mesma a referir que uma tal proposta "não
lembra-ao-diabo". "A UNITA do Dr. Savimbi continua no
caminho da guerra - e nós, Assembleia da República de Portugal,
iríamos desenvolver diligências para que os seus deputados no
Parlamento da República de Angola lhe pudessem continuar a
garantir fidelidade", argumentou o parlamentar do PCP, que
não poupou ainda críticas à iniciativa por entender que, à
última, "visa passar por cima de todos os factos e
apresentar dirigentes e militantes de um
partido-que-se-coloca-fora-de-lei como vítimas de uma situação
da qual são afinal responsáveis".
Recordado por José Calçada fôra já, momentos antes, o facto
de o projecto de deliberação - não obstante reconhecer que o
parlamento deve ser «a sede e o motor do relacionamento
democrático» - esquecer-se de referir que "é a UNITA do
Dr. Savimbi que continua a privilegiar o terreno da guerra como a
sede e o motor desse relacionamento", do mesmo modo que
passa por cima do facto de "que é a UNITA do Dr. Savimbi
que continua na prática a não aceitar, em todas as suas
consequências, os resultados das eleições".