Açores
Justiça
remuneratória para todos
Mais de um milhar de trabalhadores das Câmaras Municipais de S. Miguel saíram à rua, no passado dia 25 de Novembro, em Ponta Delgada, para protestar contra as decisões da Assembleia Legislativa Regional sobre o desagravamento fiscal, como forma de compensação pelos custos da insularidade.
A Comissão de Ilha
de S. Miguel do PCP, a propósito das propostas de adaptação
fiscal com vista a este desagravamento fiscal, considera que a
maioria dos deputados, com excepção do do PCP, está «numa
correria desenfreada» para a obtenção de compensações para
os estratos sociais médios e superiores da população
açoriana, «esquecendo-se da exigível aprovação simultânea»
de medidas para a compensação «daqueles que menos ganham e
que, por isso mesmo, não são abrangíveis por quaisquer medidas
de desagravamento fiscal».
Há milhares de trabalhadores que ficam à margem das
compensações, diz o PCP denunciando esta «injustiça social
flagrante». Por isso, como primeiro proponente e há muito
defensor da remuneração complementar pata a Função Pública e
de um acréscimo ao salário mínimo nacional para os
trabalhadores açorianos, saúda calorosamente a iniciativa
pública promovida pelo STAL, com o apoio do Sindicato da
Função Pública, visando pressionar os poderes públicos para a
reposição da «remuneração complementar» e que mereceu uma
grande adesão por parte dos trabalhadores,
Terceira
Por sua vez, o
Secretariado do PCP da Ilha Terceira, depois de se solidarizar
com a luta dos trabalhadores da Função Pública por melhores
condições de vida, critica a nomeação de
secretários-adjuntos pelo Governo Regional, depois de, numa fase
inicial, este ter reduzido o número de secretarias regionais,
medida que o PCP então considerou que não serviria para tornar
a máquina governativa menos pesada.
Os comunistas defendem, entretanto, a criação de uma
Subsecretaria Regional da Reconstrução na cidade da Horta -
essa sim necessária - que superentenda as obras de
reconstrução das ilhas atingidas pela catástrofe e que dependa
directamente da Presidência do Governo e englobe pessoal das
Secretarias Regionais da Habitação e Equipamentos e da
Educação e Assuntos Sociais e do Serviço Regional de
Prestação Civil.
Em relação à extinção pela TAP da sua estrutura no aeroporto
das Lajes e à suspensão das escalas entre as Lajes e Boston, o
PCP considera que a Secretaria Regional da Economia não pode
manter-se em «silêncio comprometido» e alerta as populações,
forças políticas e empresas da ilha para «o processo
centralizador em curso pelo VII Governo Regional dos Açores».
Entretanto, face à proposta de Moção de Censura ao Presidente
da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, apresentada pelo
PSD e PP, o Coordenador do PCP/Açores, José Decq Mota,
considera-a «politicamente inadequada e profundamente
condenável», assumindo a «natureza de acto político
irresponsável e desprovido de razões objectivas».
O Presidente da Assembleia Legislativa Regional foi eleito em
Novembro de 1996 por unanimidade, só se justifcando a sua
destituição caso se verificassem «actos contra o interesse
regional ou contra a dignidade e pluralidade do Parlamento», o
que não aconteceu.
Assim, o PCP/Açores votará contra a Moção de Censura,
continuando a desenvolver uma acção política clara e
determinada no sentido de assegurar os meios necessários à
resolução dos problemas que a Região defronta.