Cedência nos CTT
Na reunião de negociações do Acordo de Empresa, na passada quinta-feira, a administração dos CTT fez algumas cedências, que levaram o Sindicato Nacional dos Correios e Telecomunicações a adiar a greve anunciada.
Considerando que as
novas propostas da empresa foram «indubitavelmente fruto da luta
dos trabalhadores» - que teve como ponto alto a vigília de dois
dias de dirigentes e activistas do SNTCT, na semana passada -, o
SNTCT preveniu desde já a administração: até dia 11, deve
mostrar que deseja «negociar de uma forma sã», deve
«assimilar o facto de que os trabalhadores não aceitam a
flexibilidade do horário de trabalho nem a criação do grupo
profissional "empregado de serviços elementares", com
funções de pau para toda a obra» e «cumprir a Lei e o
AE e voltar atrás na ilegalidade que cometeu, com as faltas
injustificadas nos plenários de 14 de Outubro».
Se a administração dos CTT não «acelerar a sua capacidade na
cedência de posições», o sindicato voltará a apelar à luta
dos trabalhadores, admitindo mesmo, num comunicado em
distribuição desde segunda-feira, que este poderá ser o
primeiro Natal que Portugal passará sem correio.
A exigência de retirada das faltas injustificadas, com que a
administração decidiu castigar os trabalhadores que
participaram nos plenários de 14 de Outubro, motivou já a
marcação de nova greve para os dias 21 e 22 de Dezembro. A
insistência na flexibilização dos horários, na criação do
grupo profissional ESE, na resistência à redução do horário
máximo semanal e na tentativa de retirada de direitos poderá
provocar a marcação de mais 24 horas de paralisação, adiantou
ao «Avante!» um dirigente do SNTCT.
Professores
O Secretariado Nacional da Fenprof expressou a sua insatifasção face à reunião que teve segunda-feira com representantes do Ministério da Educação, no quadro das negociações para a celebração de um acordo sobre o Estatuto da Carreira Docente. A federação considerou aquela reunião como «simbólica», uma vez que o ME se limitou a dizer que não estavam esquecidas as situações por resolver, apontadas no protocolo firmado a 30 de Outubro e que deveria ter merecido propostas de solução, por parte do Governo, num prazo de um mês. Estas propostas, previne a Fenprof, deverão ser apresentadas urgentemente, «se o ME pretender manter, como sugeriu, a próxima sexta-feira, dia 4», para a assinatura do acordo que a federação continua a considerar «desejável».