República Checa
Alta abstenção nas eleições
Nas eleições para o Senado e as eleições locais checas registou-se uma alta taxa de abstenção. De sublinhar o aumento da representação do Partido Comunista da Boémia e Morávia nas áreas urbanas.
As segunda volta das
eleições para o Senado da República Checa foi marcado por uma
alta taxa de abstenção, que atingiu os 80 por cento. Realizadas
nos dias 20 e 21 de Novembro, as eleições tiveram lugar um ano
após a queda económica e a crise política provocada pelo fim
da coligação de direita liderada pelo Partido Democrático
Cívico (ODS) e que culminou na convocação de eleições
legislativas antecipadas.
O escrutínio para o Senado foi ganho pela aliança dos quadros
partidos de direita constituída pela União da Liberdade, União
Democrática, Partido Popular e Aliança Democrática Cívica,
conseguindo 12 lugares. Em jogo estava um terço dos 81 assentos.
O Partido Democrático Cívico (do ex-primeiro-ministro Vaclav
Havel) elegeu 10 senadores, o Partido Comunista da Boémia e
Morávia (KSCM) quatro senadores e o Partido Social-Democrata
três.
Os comunistas consideram que o sistema de duas voltas usado nas
eleições colocam o partido em desvantagem. «As eleições têm
lugar de dois em dois anos, quando um terço dos 81 senadores
são eleitos. Na primeira volta, realizada este mês, nenhum
candidato conseguiu mais do que os 50 por cento de votos
necessários para ser eleito. O KSCM alcançou 16,8 por cento na
primeira volta, com três dos seus candidatos passando à segunda
volta. Concorrendo com os candidatos do ODS, os comunistas
conseguiram ser eleitos para mais dois lugares, dobrando o
número de senadores do KSCM de dois para quatro», explicam num
comunicado.
Nas eleições
locais de 13 e 14 de Novembro registou-se também uma alta taxa
de abstenção. Para os comunistas, este facto evidencia «o
profundo desgosto da população em relação ao jogo desonesto
levado a cabo pela maioria dos partidos políticos e pelos meios
de comunicação social».
Na maioria das pequenas comunidades, as eleições foram ganhas
por candidatos independentes, enquanto os partidos políticos
eram relegados para segundo plano. Neste grupo, o KSCM foi o
segundo partido mais votado.
No total, o ODS venceu com 24 por cento, os sociais democratas ficaram com 17 por cento e o KSCM com 13,6 por cento. Os comunistas alcançaram um maior sucesso nas cidades, com 14 por cento dos votos.