República Checa
Alta abstenção nas eleições




Os comunistas conseguiram 14% dos votos nas zonas urbanas
Nas eleições para o Senado e as eleições locais checas registou-se uma alta taxa de abstenção. De sublinhar o aumento da representação do Partido Comunista da Boémia e Morávia nas áreas urbanas.

As segunda volta das eleições para o Senado da República Checa foi marcado por uma alta taxa de abstenção, que atingiu os 80 por cento. Realizadas nos dias 20 e 21 de Novembro, as eleições tiveram lugar um ano após a queda económica e a crise política provocada pelo fim da coligação de direita liderada pelo Partido Democrático Cívico (ODS) e que culminou na convocação de eleições legislativas antecipadas.
O escrutínio para o Senado foi ganho pela aliança dos quadros partidos de direita constituída pela União da Liberdade, União Democrática, Partido Popular e Aliança Democrática Cívica, conseguindo 12 lugares. Em jogo estava um terço dos 81 assentos. O Partido Democrático Cívico (do ex-primeiro-ministro Vaclav Havel) elegeu 10 senadores, o Partido Comunista da Boémia e Morávia (KSCM) quatro senadores e o Partido Social-Democrata três.
Os comunistas consideram que o sistema de duas voltas usado nas eleições colocam o partido em desvantagem. «As eleições têm lugar de dois em dois anos, quando um terço dos 81 senadores são eleitos. Na primeira volta, realizada este mês, nenhum candidato conseguiu mais do que os 50 por cento de votos necessários para ser eleito. O KSCM alcançou 16,8 por cento na primeira volta, com três dos seus candidatos passando à segunda volta. Concorrendo com os candidatos do ODS, os comunistas conseguiram ser eleitos para mais dois lugares, dobrando o número de senadores do KSCM de dois para quatro», explicam num comunicado.

Nas eleições locais de 13 e 14 de Novembro registou-se também uma alta taxa de abstenção. Para os comunistas, este facto evidencia «o profundo desgosto da população em relação ao jogo desonesto levado a cabo pela maioria dos partidos políticos e pelos meios de comunicação social».
Na maioria das pequenas comunidades, as eleições foram ganhas por candidatos independentes, enquanto os partidos políticos eram relegados para segundo plano. Neste grupo, o KSCM foi o segundo partido mais votado.

No total, o ODS venceu com 24 por cento, os sociais democratas ficaram com 17 por cento e o KSCM com 13,6 por cento. Os comunistas alcançaram um maior sucesso nas cidades, com 14 por cento dos votos.


«Avante!» Nº 1305 - 3.Dezembro.1998