Honório Novo com suinicultores


O eurodeputado comunista Honório Novo esteve, na passada sexta-feira, em Castelo Branco, onde se encontrou com suinicultores e produtores de queijo.

A visita, que começou na zona industrial do Fundão com um encontro com a SUIBEIRA - a cooperativa de suinicultores mais representativa da região -, terminou num encontro com cerca de duas dezenas de produtores de queijo, na Casa do Povo de Alcains (Castelo Branco).
No encontro com a SUIBEIRA, Honório Novo ouviu as críticas aos actuais responsáveis políticos pela ausência completa de medidas de prevenção da crise e sobre a falta de apoios à produção nacional, sobretudo no campo das rações, dos altos custos dos transportes e da electricidade e da falta de fiscalização dos transportes com produtos importados.
Os deputados comunistas no PE, antevendo a crise no sector, haviam apresentado, no início de Outubro, uma proposta de Resolução realçando a ineficácia dos mecanismos de intervenção previstos pela PAC. Mas, apesar de aprovada, ninguém lhe ligou e... passados dias, a crise «estalava», disse o deputado comunista, adiantando ainda algumas medidas que considera fundamentais, como seja a necessidade de controlar a produção e impedir o seu aumento descontrolado, o estabelecimento temporário de uma tabela de preços da carne de porco no consumo e o estabelecimento de subvenções temporárias aos produtores para a produção de rações.
Surpreendido com a afirmação de que Espanha continua a produzir carne de porco na base de ração animal (apesar da proibição comunitária) - tornando-a mais barata e competitiva- Honório Novo comprometeu-se a esclarecer e obter informações sobre a questão.
Em Alcains, onde cerca de duas dezenas de produtores de queijo o esperavam este eurodeputado começou por defender uma produção não em termos de quantidade mas de qualidade e a procura de mercados para escoamento dos produtos, privilegiando o mercado nacional. Defendeu ainda uma estratégia agrícola assente nos produtos regionais e uma inversão na legislação comunitária, aberta a alterações, que não conduza à homogeneização do queijo mas, pelo contrário, assegure as qualidades e as diferenciações dos diversos queijos regionais.
Os produtores de queijo, por sua vez, colocaram a tónica na ausência de uma estratégia agrícola, no divórcio total entre os deputados do distrito e a região e na ausência de funcionamento entre o Conselho Agrário e as estruturas representativas da agricultura.
No final, Honório Novo apelou ao associativismo e aconselhou os produtores de queijo à elaboração de um Caderno Reivindicativo - com uma metodologia para a certificação de queijos -, e ao diálogo com as autarquias para uma intervenção no circuito de comercialização, sugerindo a criação de um mercado de produtos regionais e o intercâmbio regional de produtos.


«Avante!» Nº 1309 - 30.Dezembro.1998