Petrogal pode voltar à greve
Instabilidade e luta na Centralcer


As organizações sindicais dos trabalhadores da Petrogal fizeram «sério aviso» administração para que esta se aproxime das suas reivindicações, de modo a evitar nova greve.

«Se até 29 de Dezembro a administração não evoluir nas suas posições, por forma a corrresponder às propostas dos trabalhadores, viabilizando um acordo negociado, as organizações sindicais irão accionar a resolução aprovada nos plenários, declarando greve», sublinha um comunicado da Federação Intersindical da Metalurgia e Metalomecânica, Minas, Química, Farmacêutica, Petróleo e Gás.

Recorde-se que os sindicatos reivindicam «uma tabela salarial com progressão automática que corrija as profundas assimetrias existentes e garanta um aumento mínimo de dez mil escudos para 1999».Entre as outras exigências destacam-se a negociação de um prémio de produtividade para todos o trabalhadores com valor igula a 10 por cento do salário médio efectivo da petrogal, por cada milhão de contos obtidos em lucros em cada ano; a negociação de um subsídio de penosidade e pegosidade; um palno de carreiras que abranja todos os trabalhadores; a palicação da semana de 38 horas a partir de 1 de Maio do próximo ano; a correcção e melhoria dos subsídios de turno; e a valorização do trabalho prestado em turnois para efeitos de antecipação da reforma.
A Federação Sindical refere ainda que a Petrogal tem vindo a diminuir substancialmente o seu número de trabalhadores, (de 3500 em Dezembro de 1995 passou para 2500 em Dezembro deste ano), o que se traduziu num desmesurado aumentodo ritmo e da carga de trabalho.
Em contrapartida a empresa atingirá este ano mais de 30 milhões de contos de lucros, não havendo razões económicas para que a administração não satisfaça as reivindicações sindicais.

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Instabilidade social
na distribuição da Centralcer

A situação das empresas de distribuição dos produtos da Centralcer, designadamente da cerveja Sagres e outros refrigerantes, tem-se vindo a agravar, com a perda de quota do mercado e descredibilização, informa o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP), em nota à imprensa.
Nos últimos dias, registou-se mesmo novo agravamento, com a exigência de «pronto pagamento» e a suspensão das vendas à Unicervi, a distribuidora do distrito de Setúbal e a maior empresa do sector.Neste contexto, as empresas têm vindo a reduzir sucessivamente os quadros de pessoal, com as óbvias consequências sociais.
Os trabalhadores têm insistido, junto das empresas e do governo, para se tentar encontrar soluções equilibradas.
Os representantes dos trabalhadores solicitaram mesmo uma reunião administração da Centralcer, para obter informação da fábrica sobre a rede de distribuição, e têm vindo a insistir junto do governo para que sejam feitas diligências no sentido de encontrar uma solução equilibrada.
A verdade é que até ao momento não se registou qualquer actuação da parte do governo.
A manter-se a actual situação os trabalhadores estão dispostos a avançar com outras formas de luta, que poderão passar por concentrações junto do Ministério da Economia, deslocações à fábrica para obter a informação pretendida e aos «substitutos na distribuição» para os avisar de que não vão ficar de «braços cruzados» a ver os seus postos de trabalho a ser destruídos, avisa a direcção do CESP.


«Avante!» Nº 1309 - 30.Dezembro.1998