Transição para o euro
começa dia 1 de Janeiro


Com a entrada do novo ano arranca a terceira fase da União Económica e Monetária em que se inicia o período de transição durante o qual o euro substituirá progressivamente as moedas nacionais dos 11 Estados membros participantes.

Contudo, apesar de passar já a constituir a moeda oficial dos 11 países, as notas e moedas euro só entram em circulação em 1 de Janeiro de 2002. As moedas nacionais (escudo, peseta, lira franco, marco, florim, etc) mantêm-se até 30 de Junho de 2002.
Assim nos próximos três anos, o euro não terá uma existência física embora possa ser utilizado em pagamentos ou recebimentos através de instituições bancárias, na emissão de cheques, na utilização de cartões de crédito ou de débito, no pagamento de serviços por multibanco, na aquisição de acções ou de outros valores mobiliários, assim como na constituição de depósitos ou outras aplicações.
Ao mesmo tempo, durante este período transitório, (até Junho de de 2202) a introdução da moeda europeia não implica a alteração de contratos estabelecidos em escudos. Isto significa que não serão alterados nem o valor nem o prazo ou taxa das aplicações de poupança sejam elas depósitos bancários, fundos de investimento, obrigações ou acções.
Mesmo nos casos de empréstimos que têm como taxa de referência a Lisbor (taxa de juro resultante da média das taxas internas dos oito principais bancos nacionais), esta continuará a vigorar, podendo ser susbtituída pelo Euribor (indexante europeu) nos novos contratos de empréstimo, ou por mútuo acordo.
Com o novo ano são fixadas definitivamente as taxas de conversão para cada uma das moedas nacionais. Quer isto dizer que a partir de amanhã, os valores do escudo relativamente ao euro e às dez restantes moedas europeias passarão a ser sempre os mesmos, deixando de subir ou descer diariamente.
O fim das cotações directas em relação às outras moedas exteriores à zona do Euro, como é o caso do dólar, significa que o que flutuará é o valor do euro e portanto o contravalor em escudos, marcos ou pesetas. Por outras palavas, como a divisa portuguesa terá sempre o mesmo valor face à moeda única europeia, quando o euro subir em relação ao dólar americano, serão necessários menos escudos para comprar dólares e vice-versa.
O valor do euro em escudos só deverá ser conhecido na sexta-feira, prevendo-se que venha a rondar os 200 escudos. Independentemente das cotações registadas na véspera no fecho dos mercados, os valores das moedas dos onze países, que foram definidos em Maio último, passam a ser os seguintes: marco alemão - 102,505 escudos; franco francês - 30,5634 escudos; peseta 1,20492 escudos; franco belg/luxemburguês 4,96984 escudos; libra irlandesa - 254,560 escudos; florim holandês - 90,9753 escudos; xelim austíaco - 145697 escudos; markka finlandesa - 33,7187 escudos e lira italiana (1000) - 103,541 escudos.

Nesta fase não participam quatro países da União Europeia: Reino Unido, Suécia, Dinamarca e Grécia, pelo que as respectivas moedas continuarão a descer ou a subir em relação ao euro.


«Avante!» Nº 1309 - 30.Dezembro.1998