Angola
ONU
responsabiliza Unita pelo conflito
Angola está de novo em guerra. A cidade do Cuíto é alvo dos ataques da Unita com artilharia de longo alcance desde dia 22. O Conselho de Segurança das Nações Unidas responsabiliza o partido de Jonas Savimbi de ser o principal responsável pela situação.
O Conselho de
Segurança das Nações Unidas exigiu o «fim imediato das
hostilidades em Angola», numa declaração aprovada por
unanimidade que considera que cabe à Unita «a responsabilidade
primeira» do reacender do conflito.
A ONU manifestou também a sua preocupação em relação à
violação do embargo sobre a venda de armas ao partido liderado
por Jonas Savimbi e ao comércio de diamantes levado a cabo por
ele.
A cidade do Cuíto, na província do Bié, sitiada desde o dia 11
pela Unita, foi atacada no dia 22 com sofisticado material
bélico, nomeadamente infantaria motorizada, carros de assalto e
infantaria de longo alcance.
Segundo fontes militares governamentais citadas pela agência
Lusa, as tropas de Jonas Savimbi têm evitado confrontos directos
de grande envergadura optando pelo desdobramento dos seus
efectivos em grupos de dez soldados. Essa forças terão como
missão a penetração nas defesas da localidade, o lançamento
do pânico e a facilitação da invasão da cidade pelo grosso
das unidades.
Para as Forças Armadas Angolanas, os bombardeamentos são uma
represália pela ofensiva governamental contra Chissinga, vila
retomada na madrugada de dia 22 pelo exército.
O governador da província do Cuando Cubango já recomendou à
população local que se organize em destacamentos de auto-defesa
contra eventuais ataques da Unita. O Governo angolano acusou a
comunidade internacional e a ONU de ser indirectamente
responsável pelos avanços bélicos da Unita, ao permitir o
rearmamento e a mobilização de novos efectivos militares por
aquele partido.
«A Unita tem vindo a semear a destruição e a morte e a
provocar a deslocação forçada de dezenas de milhares de
populares para fora das suas zonas de origem», afirma o Governo
num comunicado de imprensa divulgado pela Lusa, em que apela à
condenação da organização de Savimbi por toda a comunidade
internacional de forma a «facilitar a resolução do conflito».
Para o Governo, a ala armada da Unita tem de ser
«definitivamente neutralizada, do ponto de vista político e
militar, por não ter assumido os seus compromissos e ter
rejeitado regras de convívio democrático e de concorrência
política leal e pacífica».
«O Governo angolano vê-se forçado a tomar as medidas adequadas
a nível político, social, económico e financeiro que o momento
actual exige, para que as Forças Armadas Angolanas possam dar
resposta adequada à facção militarista da Unita», lê-se no
comunicado.