Trás-os-Montes
e Alto Douro
Governo
esquece cultura
«O Governo despreza culturalmente Trás-os-Montes e Alto Douro», afirmam as Direcções de Organização Regional de Bragança e Vila Real do PCP face aos critérios de atribuição de subsídios para 1999 do Instituto Português das Artes do Espectáculo.
Para os comunistas a
decisão de não atribuir qualquer subsídio ao Teatro em
Movimento, com vinte anos de actividade, e de atribuir uma verba
ridícula ao Teatro Filandorra, únicos grupos de teatro
profissional existentes em Trás-os-Montes e Alto Douro, é bem
revelador desse desprezo.
A importante actividade teatral destas companhias na região
deveria merecer do Governo um forte apoio. Porém, espelhando uma
«política cultural fortemente centralizadora e desajustada da
realidade nacional», o Ministério da Cultura, de um Orçamento
de quase 37 milhões de contos, propõe-se atribuir a ridícula
verba de 12 mil contos para a actividade na região.
«É inadmissível», diz o PCP, que, em mais de três anos de
mandato, o Ministro da Cultura não tenha visitado a Região; que
as duas capitais de distrito, Bragança e Vila Real, não
disponham ainda de uma sala de espectáculos condigna; que a
Delegação Regional de Cultura do Norte (sediada em Vila Real)
não demonstre qualquer capacidade reivindicativa, admitindo
inclusive a sua extinção.
A situação actual exige uma nova política cultural «que não
se fique praticamente e só por Lisboa e Porto», dizem os
comunistas, considerando que o apoio governamental às
actividades culturais será «um factor determinante para o
progresso e desenvolvimento de Trás-os-Montes e Alto Douro».
Assim, o PCP «tudo fará para inverter a actual situação,
procurando com todas as forças interessadas, construir uma
alternativa que rompa com o passado e o presente de políticas
culturais miserabilistas para as regiões do Interior», seguidas
pelos Governos do PSD e do PS.