OEM/Grundig
em «estado de luta»


Durante esta semana, os 140 trabalhadores da OEM, de Braga, podem entrar em greve, se não obtiverem garantias de pagamento dos salários de Dezembro, bem como relativamente ao futuro da empresa e dos postos de trabalho.

Os trabalhadores exigem também da Grundig o cumprimento do protocolo assinado com os sindicatos, que prevê diversas medidas de reestruturação da empresa que não foram concretizadas, frisou o sindicalista Ramos Lopes, em declarações à Lusa.
O acordo, assinado em Outubro de 1998 na sequência da luta dos trabalhadores e com intervenção do Governo Civil de Braga, prevê, entre outras medidas, a abertura de uma conta bancária para garantir as indemnizações em caso de despedimento e a introdução de novos produtos do sector de alta-fidelidade na OEM.
«Nada disto se realizou até hoje, pelo que, se as coisas continuarem na mesma, entraremos em greve», garantiu segunda-feira Ramos Lopes, acrescentando que os sindicatos já colocaram o pré-aviso legal até 29 de Janeiro.
A OEM vive dificuldades permanentes de tesouraria, o que levou os trabalhadores a exigirem, no Tribunal de Trabalho, a sua reintegração na Grundig, empresa que concessionou em 1997 a produção de aparelhos audio à fábrica norueguesa. A OEM anunciou então um investimento de 1,5 milhões de contos na aquisição de instalações no Complexo Grundig/Blaupunkt, tendo em vista a produção de aparelhos da alta-fidelidade e material de telecomunicações.
No âmbito deste negócio, a Grundig e a OEM subscreveram um acordo mediante o qual a multinacional norueguesa se radicou em Braga a partir de 1 de Janeiro de 1998, ficando com a produção de aparelhos de alta-fidelidade da Grundig. O acordo regulou a transmissão da produção e também a manutenção na OEM de 145 trabalhadores que deveriam conservar os direitos adquiridos como funcionários da Grundig.


«Avante!» Nº 1310 - 7.Janeiro.1999