Federação
das Colectividades acusa
Inatel de ingerência e exige apoios dignos
A Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio (FPCCR) acusou o Inatel de aliciar os dirigentes das colectividades com apoios comunitários para a constituição de uma «federação» de bandas.
Em comunicado
subscrito pelo seu presidente, Alfredo Flores, a FPCCR considera
de «particular gravidade as recentes manobras para formar
federações de bandas», intrepretando-as como mais uma
tentativa de intromissão no movimento associativo por parte do
Inatel, que não se coibiu mesmo de procurar garantir o apoio de
algumas colectividades «a troco de parcos subsídios».«Este
Inatel continua a ser uma ponta de lança do Governo que, tal
como os que o antecederam, em nada apoio o movimento
associativo», acusa a direcção da Federação Portuguesas das
Colectividades, que garante não aceitar que, «por conveniência
governamental» aquele organismo «avance à força para a
constituição de uma qualquer federação cujo efeito mais
óbvio seria a divisão do movimento associativo popular».
«Não poderemos nunca aceitar que, para ganhar o apoio dos
dirigentes das colectividades, o Inatel «venha acenar com
"apoios comunitários" ilusórios, que só poderão
surgir a partir do ano 2000», acrescenta o texto, que deplora
ainda a atitude do Inatel por não ter dado uma palavra sobre
esta matéria à FPCCR.
Reconhecendo inteira legitimidade ao desejo das colectividades
com bandas verem «definida uma linha de acção que exija
respostas para os problemas específicos que a todas elas são
comuns», a FPCCR recorda que em todos os espaços onde
desenvolve a sua actividade tem sido portadora destas
preocupações e salienta que «o debate e trabalho para a
organização específica das bandas deve continuar a ser feito
pelas próprias colectividades com banda, no amplo âmbito da
FPCCR e sem peias nem favores do Governo, qualquer que seja a sua
cor».
«O Inatel e outros mecanismos do Estado devem ser utilizados
não para dividir, mas sim para estimular o desenvolvimento
autónomo e genuíno das bandas populares, que desenvolvem um
trabalho social de grande mérito», conclui o comunicado.