Iraque
Regime de Saddam persegue comunistas


O regime iraquiano de Saddam Hussein continua as perseguições aos comunistas. Em Novembro do ano passado, 17 comunistas morreram na prisão de Abu Ghaib devido a doações de sangue exageradas.

O Partido Comunista do Iraque (PCI) refere num comunicado que as vítimas se encontravam entre o grupo de 160 presos que foram obrigados a dar sangue pelas autoridades. Os seus corpos foram enterrados no cemitério daquela localidade sob a supervisão de unidades da Força de Segurança Especial.
Os comunistas iraquianos revelam ainda que o director da prisão transferiu 11 condenados à morte para a ala das execuções. Todos eles foram acusados de participar na revolta popular de 1991 contra a ditadura.
Estas informações são fruto da cooperação de militantes e simpatizantes do PCI. A sua divulgação pública provocou a criação de um comité de investigação que visitou a prisão de Abu Ghaib em Setembro passado, encarregada de identificar os responsáveis. Um grande número de funcionários administrativos e de guardas prisionais foram interrogados.

Incidentes aéreos

A Liga Árabe qualificou de inaceitável o facto de aviões militares americanos atacarem uma bateria de mísseis anti-aéreos iraquianos no Sul do Iraque no dia 30. «A Liga Área recusa o princípio do recurso à força para resolver conflitos e considera inaceitável a acção norte-americana/britânica».
Afirmando que «a atitude norte-americana e britânica não se fundamenta sobre qualquer legitimidade internacional», a Liga Árabe defende que os disparos dos aviões aliados «constituem uma represália às declarações do vice-presidente iraquiano Taha Yassine Ramadan, que afirmou que o seu país recusa estas zonas e ameaçou atacar os aviões que as sobrevoassem».
Entretanto, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, apresentou ao Conselho de Segurança uma lista de peças sobressalentes no valor de 300 milhões de dólares que permitam ao Iraque reparar as suas infra-estruturas petrolíferas.
«Se as peças sobressalentes e os equipamentos essenciais não forem fornecidos rapidamente, poderá ser difícil manter o actual nível de produção e exportação de petróleo», lê-se no pedido de Kofi Annan, baseado num relatório de um grupo de peritos independente.


«Avante!» Nº 1310 - 7.Janeiro.1999