EUA
Gastos
militares disparam
Bill Clinton anunciou a sua intenção de aumentar o orçamento para a Defesa em 12 mil milhões de dólares adicionais para a modernização e o reforço das Forças Armadas norte-americanas.
Este valor consiste
no maior aumento do orçamento desde 1991, ou seja, desde o fim
da «Guerra Fria» e da Guerra do Golfo. A partir dessa data, o
orçamento para a defesa manteve-se sempre ao mesmo nível.
Uma das propostas defendidas por Bill Clinton durante a campanha
para as eleições presidenciais de 1992 foi inclusivamente a
aposta dos recursos públicos dos EUA nos assuntos internos, em
particular na melhoria das condições de vida dos americanos.
Mas, agora, Clinton cede às pressões do Pentagono no sentido de
incrementar o valor destinado aos gastos militares, com os
argumentos relacionados com o «envelhecimento» dos arsenais, a
participação americana na Bósnia, os ataques ao Iraque e o
aumento dos salários dos militares em 4,4 por cento (o maior
desde 1982).
No total, Clinton pedirá ao Congresso 100 mil milhões de
dólares para um prazo de seis anos. O orçamento, a ser
aprovado, entrará em vigor no próximo Outono. Quase 1,5 milhão
de soldados estão ao serviço dos Estados Unidos, dos quais 250
mil encontram-se no estrangeiro.
425 contos por hora
Para que um
candidato às eleições presidenciais americanas tenha uma
hipótese mínima de ganhar precisa de mais de 20 milhões de
dólares, ou seja, 3,4 milhões de contos. Este valor é apontado
pelo analista George Will, citado pela agência Lusa, que afirma
que qualquer pessoa que pretenda ser eleito presidente nas
eleições do ano 2000 tem de angariar esse dinheiro até ao fim
de 1999 para a sua campanha eleitoral.
Para Stan Huckeby, director de uma empresa de contabilidade
ligada a anteriores campanhas do Partido Republicano, são
precisos 22 milhões de dólares, o que quer dizer que os
candidatos têm de juntar 2500 dólares por hora (425 contos), 24
horas por dia, desde 1 de Janeiro até 31 de Dezembro.
Outro analista, Herbert Alexander, sobe a tabela para os 25
milhões de dólares, acrescentando que «ter esse dinheiro não
significa que se vai ganhar. Significa apenas que se tem uma
hipótese de ganhar».
«Angariar fundos no ano pré-eleitoral é hoje em dia uma
eleição primária invisível», defende John Green, director da
Faculdade de Política Aplicada da Universidade de Akron.
Os estudos de Herbert Alexander revelam que, desde 1976, os
candidatos que angariaram mais fundos antes das eleições
primárias foram eleitos pelos seus partidos para se candidatarem
às presidenciais.