Mafia
Assassinato
colectivo na Sicília
A Sicília voltou a ser palco da violência mafiosa, num assassinato colectivo que chocou a Itália. Cinco homens entre os 20 e os 30 anos foram mortos na tarde de sábado por pressupostos rivais de um clã mafioso da zona de Ragusa.
Segundo a polícia trata-se de um
ajuste de contas do Carbonaro-Dominante, pertencente à Stidda,
um braço da Cosa Nostra que gere a distribuição de droga e a
extorção aos camponeses nesta área da Sicília.
O assassinato ocorreu num café de uma estação de serviço e
foi rematado com um tiro na nuca de cada vítima, depois de estas
já mortas. O único sobrevivente contou que os dois assassinos
começaram a disparar sem qualquer aviso e fugiram num automóvel
conduzido por um terceiro cúmplice.
Duas das vítimas foram mortas acidentalmente. «Conheciamo-nos
desde sempre. Tinham empregos normais, um trabalhava no mercado
de flores e o outro numa oficina», declarou o filho do gerente
do café.
O chefe fiscal da cidade de Catania afirmou que o café deveria
ter câmaras e microfones ocultos, visto ser um local
habitualmente frequentado por Angelo Mirabella, uma das vítimas
que era seguido pela polícia por ser o actual chefe do
Dominante-Carbonaro. No entanto, nenhum equipamento tinha sido
montado.
«Cada vez que temos de montar um dispositivo de escutas temos
muitos problemas, porque faltam meios para levar a cabo a tarefa.
Ás vezes somos obrigados inclusivamente a alugar o equipamento
necessário para efectuar as intercepções», explicou Mario
Busacca.
Apenas um mês depois da detenção de 60 membros da Cosa Nostra,
a polícia dificilmente conseguirá prender os responsáveis pelo
crime. O seu principal inimigo é a «omerta», a lei de
silêncio entre os mafiosos. As autoridades já receberam uma
dezena de chamadas anónimas, mas nenhuma com importância para a
investigação.
Esta barreira é de tal forma difícil de ultrapassar que um dos
párocos da ilha se ofereceu para servir de intermediário das
testemunhas ou de pessoas que tenham alguma coisa para contar,
comprometendo-se a não revelar nomes e a transmitir
integralmente as suas declarações.