Luta na Petrogal
vai continuar


A forte adesão dos trabalhadores à greve realizada na Petrogal no final da semana passada «veio comprovar o grande descontentamento existente», afirma a Fequimetal/CGTP. A federação intersindical, num comunicado que divulgou na tarde do primeiro dia de greve, realça que, «ao contrário da intransigência da administração, os sindicatos mantêm uma posição flexível e aberta para, através de uma negociação séria das suas reivindicações, encontrar uma solução para o conflito».

A estrutura sectorial da CGTP sublinha que «as reivindicações são justas, os trabalhadores estão firmes na greve e a luta vai continuar». No comunicado, a Fequimetal apontava para uma adesão global à greve «superior a 80 por cento», na produção e distribuição de combustíveis, levando a que ficassem «praticamente paradas» as duas refinarias, bem como os parques de enchimento.
Chefias dos parques de Aveiro, Porto Brandão e Faro foram acusadas pela Fequimetal de comportamento «altamente irresponsável» pela federação, uma vez que tentaram operar sozinhos os equipamentos de enchimento, colocando em risco a segurança de pessoas e instalações. No parque de Perafita (Porto) a operação dos equipamentos de enchimento de gás ficou entregue a pessoal subcontratado por empreiteiros, denunciou ainda a Fequimetal.
A administração da Petrogal, acusou a federação, não só foi conivente com as atitudes de irresponsabilidade das chefias, como «até forçou a situação», chegando ao ponto de chamar a GNR para intimidar um piquete de greve.
A «grande unidade dos trabalhadores, patente na muito elevada adesão à greve», foi saudada dia 28 pela Direcção da Organização Regional do Porto do PCP, que considerou esta «uma boa oportunidade para que as outras forças políticas, que ultimamente se dizem muito preocupadas com as condições sociais dos que vivem do seu trabalho, manifestassem o seu apoio à justa luta dos trabalhadores da Petrogal», «pela melhoria das suas condições de vida e contra 7 meses de impasse nas negociações».
O «assinalável êxito» da greve foi igualmente saudado num plenário conjunto de militantes comunistas da freguesia de Gaio-Rosário e da célula da Petrogal.

Gás dia 9

A realização de uma greve no próximo dia 9, terça-feira, foi aprovada por unanimidade num plenário geral de trabalhadores do Grupo Gás de Portugal (GDL, Driftal e Carbolis).
O Sindicato da Química, Farmacêutica, Petróleo e Gás do Centro, Sul e Ilhas, no comunicado em que dá nota da decisão do plenário de 25 de Janeiro, aponta como principais motivos da paralisação a defesa do emprego, a garantia dos postos de trabalho efectivos e a manutenção dos vínculos laborais às empresas do Grupo GDP.
As inquietações dos trabalhadores prendem-se com a forma como está a ser conduzida a substituição do gás de cidade pelo gás natural e com a pretensão de alienar ou encerrar a Driftal e Carbolis.
A greve foi convocada depois de várias reuniões com a administração e duas audiências com o secretário de Estado Vítor Ramalho, sem que o Governo ou a administração da GDP adoptassem as medidas reivindicadas pelos trabalhadores.


«Avante!» Nº 1314 - 4.Fevereiro.1999