Conciliação nos CTT
acabou com 3 por cento


Terminou quinta-feira a negociação entre os sindicatos e a administração dos Correios de Portugal, ficando acordados aumentos salariais de 3 por cento e redução do horário de trabalho sem contrapartidas de flexibilidade. Foi ainda criada uma nova categoria profissional, mas com contornos muito diferentes da proposta de desqualificação dos carteiros, que a administração inicialmente apresentou.

As negociações do Acordo de Empresa iniciaram-se em Junho (a actualização salarial deveria efectuar-se em Julho, tendo agora efeitos retroactivos). Para demover a administração, os trabalhadores e as suas estruturas tiveram que desencader um processo reivindicativo, com pontos altos nos plenários de 14 de Outubro e na greve a 15 e 16 desse mês, e na vigília de dois dias, com dirigentes e activistas, junto à sede dos CTT, em Novembro. Chegou a estar marcada uma greve de três dias para antes do Natal, desconvocada depois de os responsáveis da empresa terem feito algumas cedências.
«Este foi o resultado da luta dos trabalhadores, nomeadamente da forte adesão à greve, e da firmeza do SNTCT», comentou ao «Avante!» um dirigente do Sindicato Nacional dos Correios e Telecomunicações. Vítor Narciso salientou que, contrariamente ao que se pode depreender das afirmações feitas à Lusa pelo responsável dos Recursos Humanos dos CTT, a redução da semana de trabalho de 40 para 39 horas foi feita sem quaisquer contrapartidas na adaptabilidade dos horários. Ficou apenas aberta a possibilidade de, na futura negociação de uma maior redução do horário, serem também discutidas propostas de adaptabilidade.


«Avante!» Nº 1314 - 4.Fevereiro.1999