Para
inverter degradação em curso
PCP
exige medidas que salvem a TAP
O acordo celebrado com a Swissair e o grupo Qualiflyer no quadro do processo em curso de reprivatização da TAP é atentatório dos interesses da nossa companhia aérea e do País, denunciou o deputado comunista Alexandrino Saldanha, em intervenção política proferida faz hoje oito dias no plenário da Assembleia da República.
Os motivos próximos
para esta tomada de posição da bancada comunista prendem-se com
recentes notícias vindas a público sobre a situação da TAP,
pondo em evidência já não apenas os problemas sociais como,
também, a própria sobrevivência da empresa.
Em causa está, sobretudo, o processo de privatização
prosseguido pelo Executivo do PS, traduzido, mais recentemente,
sob a forma do diploma que aprova a 1ª e 2ª fases de
reprivatização, bem como em medidas do conselho de
administração que, no entender de Alexandrino Saldanha,
«degradam a imagem pública da TAP e afrontam os seus
trabalhadores».
Lembrado pelo parlamentar do PCP, a este respeito, foi a entrega
do sistema de reservas à Swissair, com a alteração de
horários tidos por convenientes para os passageiros, o
encerramento de linhas e de balcões nos países onde actuam
outras empresas do grupo suiço, informações incompletas e
deficientes, tudo em prejuízo da TAP e consequente instabilidade
e insegurança nos trabalhadores.
O resultado desta política está, aliás, à vista, como tratou
de sublinhar Alexandrino Saldanha ao recordar a diminuição
drástica e generalizada do número de passageiros, enquanto
aumenta a oferta de companhias concorrentes e, em paralelo, se
vai degradando o ambiente de trabalho.
Neste quadro, para o Grupo comunista, importa, pois, a urgente
adopção de medidas que «invertam a degradação», a primeira
das quais é a manutenção da TAP como empresa de capitais
públicos.
Garantir uma gestão que «dinamize e desenvolva a empresa, sem
excluir acordos de parceria estratégica, mas sempre no sentido
da valorização da TAP e da complementaridade da prestação de
serviços e não da sua dependência», constitui outra das
medidas reclamadas pelo Grupo Parlamentar do PCP, que exige ainda
o respeito pelos direitos dos trabalhadores.