Ílhavo e Vagos
Assembleia elege Inter-Concelhia

Com a participação de cerca de três dezenas de militantes, realizou-se no dia 6 de Fevereiro, no Salão da Junta de Freguesia de S. Salvador, em Ílhavo, a 2ª Assembleia Inter-Concelhia das Organizações de Ílhavo e Vagos do PCP.

O projecto de Resolução Política posto à discussão dos participantes fazia a caracterização económica, social e política dos dois concelhos e apontava as principais medidas de organização e direcção do Partido.
Os problemas que hoje enfrentam as principais actividades económicas de Ílhavo e Vagos - pescas e agricultura -; o aparecimento de novas empresas de diversos sectores de actividade, designadamente na indústria cerâmica, no comércio e nos serviços; as grandes insuficiências que se registam no campo do ensino, da cultura e da Saúde; a ausência de uma correcta política de habitação; o eterno adiamento da construção do IC1; os baixos salários e o agravamento dos fenómenos de tráfico e consumo de drogas foram alguns dos problemas discutidos, a par do crescendo de acção popular que simultaneamente se regista.
Para dar resposta a estes problemas, os comunistas de Ílhavo e de Vagos apontaram algumas medidas organizativas que passam, nomeadamente, por a eleição de operários e jovens para os organismos de direcção; a criação de novos colectivos partidários; o recrutamento de novos militantes e o reatamento da ligação de outros ao Partido; a actualização de quotas; a participação mais activa nas iniciativas centrais do PCP; a dinamização da venda do «Avante!» e «Militante» e a maior divulgação dos materiais de propaganda partidária; a intensificação de acções de esclarecimento e mobilização dos trabalhadores.
Depois de uma discussão plena de vivacidade, os participantes na Assembleia aprovaram por unanimidade a Resolução Política e elegeram - também por unanimidade - a nova Comissão Inter-Concelhia, composta por seis camaradas.
No decurso da Assembleia, Francisco Menezes, membro da Assembleia Municipal de Ílhavo, traçou uma panorâmica relativamente ao funcionamento da Câmara - marcado pela arrogância do Presidente e o adiamento da resolução dos principais problemas - e José Alberto, da Gafanha da Nazaré, referiu a «obra de fachada» da Câmara na Avenida Central, numa freguesia «onde não existe qualquer outra rua com passeios».
O jovem Maranhão abordou as medidas de reorganização que a JCP está a implementar e Ismael Grilo falou das obras de melhoramento de que o Centro de Trabalho precisa, alertando para a necessidade de empenhamento da organização na Campanha de Fundos neste momento em curso a nível nacional.
Evangelista Maranhão, de Vagos, por sua vez, sublinhou as profundas transformações económicas e sociais ocorridas no concelho com a perda de peso do sector agrícola e o incremento da indústria e dos serviços e, ao mesmo tempo, referiu a precariedade laboral e a falta de cumprimento dos direitos dos trabalhadores que acompanham estas alterações.
Por fim, Sérgio Teixeira, membro da Comissão Política do Comité Central, analisou a situação política a nível nacional e salientou as principais batalhas políticas que se avizinham, designadamente o prosseguimento da mobilização e denúncia da ofensiva legislativa do Governo a nível laboral e as eleições para o Parlamento Europeu e para a Assembleia da República.
Apontando estas como as grandes prioridades da acção dos comunistas, neste momento, o dirigente do PCP considerou ainda que o reforço da CDU em número de votos e de deputados, é «fundamental para uma viragem à esquerda na política nacional».