Beiralã viola contratação
Os trabalhadores da Beiralã (ex-Fisel), no passado dia 9, paralisaram a laboração como forma de protesto contra a tentativa do patronato de impor o trabalho ao fim de semana, apesar de o contrato colectivo de trabalho dizer que a entidade patronal não pode alterar a situação de um trabalhador de um turno fixo para qualquer outro turno sem seu consentimento.
Segundo a Comissão
Concelhia de Seia do PCP, a administração da Beiralã não
está impedida de pôr a empresa em laboração contínua mas
deverá fazê-lo recorrendo - como o contrato colectivo prevê -
à admissão de trabalhadores que só laborem no turno de fim de
semana e feriados. Essa seria, aliás, dizem os comunistas, a
solução ideal para todas as partes: «os trabalhadores
mantinham os horários que hoje têm; o concelho ganhava mais
postos de trabalho; a administração rentabilizava todo o
potencial de produção da empresa».
Mas como a Beiralã «sente as costas quentes dos
"amigos" do Governo e da Câmara», prefere
«espremer» os trabalhadores, numa «lógica de lucro a qualquer
preço, com trabalho rotativo», sem se importar com os
prejuízos e a desorganização da vida familiar que assim causa.
Os trabalhadores deveriam era perguntar ao Governo, prossegue o
PCP, se o «apregoado exemplo da Beiralã como empresa recuperada
de sucesso» tem a ver «com carta branca à
administração para fazer dos trabalhadores gato sapato»
e transformar «o sucesso em pesadelo» ao não
respeitar os direitos consignados no Contrato Colectivo de
Trabalho.
Por seu lado, o PCP, «reconhecendo a indignação e o direito
dos trabalhadores, irá tomar todas as medidas ao seu alcance
para travar as intenções dos patrões da Beiralã.»